Paulo Pereira já negociou com a nova administração do Campo Pequeno a sua saída, após catorze anos a assegurar as Relações Públicas da empresa e Rui Bento está também em negociações para ir embora. O anterior empresário João Borges volta a atacar e quer anular a venda a Covões. Pelo meio, asseguram-nos fontes fidedignas de que haverá pelo menos dez corridas em Lisboa - mas não se sabe quem as vai promover...
Paulo Pereira, que desde a reinauguração do Campo Pequeno (2006) assegurou de modo brilhante todo o serviço de Relações Públicas na Direcção de Tauromaquia, já negociou a sua saída com a nova administração da empresa da primeira praça do país, presidida pelo empresário musical Álvaro Covões. O antigo crítico tauromáquico da agência Lusa, prestes a reformar-se, terminou as suas funções de mais de uma década na primeira praça de toiros do país no último sábado no Dia da Tauromaquia.
Rui Bento, que presidiu à agora extinta Direcção de Tauromaquia também nos últimos catorze anos, está igualmente neste momento a negociar a rescisão do seu contrato com a nova empresa. O antigo matador de toiros deixa para trás um trabalho fantástico que elevou ao mais alto nível internacional a praça de toiros de Lisboa e vai agora dedicar-se à gestão de outras praças, nomeadamente as da Nazaré e de Almeirim (que já gere em parceria com os respectivos proprietários) e ainda a da Figueira da Foz, de que é assessor dos donos e que é gerida por Ricardo Levesinho, bem como ao apoderamento dos cavaleiros João Moura Júnior, Luis Rouxinol e Luis Rouxinol Júnior, podendo ainda vir a retomar a sua actividade de apoderado também em Espanha.
O fim da Direcção de Tauromaquia que assumiu a promoção das temporadas desde a reabertura da praça pode não significar, como muitos temiam, o fim das touradas na Monumental de Lisboa. No último sábado, findo o Dia da Tauromaquia, surgiram os primeiros rumores de que, afinal, a temporada vai realizar-se e das inicialmente faladas três corridas já se passou agora para dez ou mesmo doze. Resta saber quem as vai organizar.
Sabe-se que há pelo menos três grupos empresariais interessados em negociar com Álvaro Covões o aluguer de datas para realizar corridas. Fala-se ainda na possibilidade de Rui Bento, mesmo desligado da empresa, poder vir a ser promotor de algumas. E na forja estão outros nomes, embora ainda sem confirmação oficial de ninguém. Diz-se, em surdina, que tudo pode vir a lume "em meados deste mês de Março". A incógnita continua, mas agora já existe pelo menos uma luz ao fundo do túnel a "garantir" que haverá corridas este ano no Campo Pequeno.
Pelo meio, o site touroeouro.com anunciou que nos próximos dias podem surgir novas "bombas" com "novos desenvolvimentos de um dos processos movidos pela família Borges", os anteriores administradores da empresa, afastados na sequência da insolvência.
Segundo o site, eventuais "irregularidades" contidas no contrato de venda da sociedade a Covões podem vir a anular a escritura.
Ou seja, a confusão continua.
Fotos M. Alvarenga e Emílio de Jesus/Arquivo