Miguel Alvarenga - É importante, por tudo e por mais alguma coisa, que na quinta-feira se encha, se esgote mesmo a lotação possível do Campo Pequeno. Chegámos ao fim do abono que todos julgavam impossível, houve três primeiras corridas importantes e as duas últimas, embora artisticamente positivas, deixaram algo a desejar quanto à presença de público. É necessário e urgente, por tudo e por mais alguma coisa, repito, que se inverta essa situação e que Lisboa volte a encher já depois de amanhã.
Há razões para isso e se esgotámos Santarém e outras praças, é preciso que se esgote também o Campo Pequeno. O cartel é de alto nível não só em relação aos seis cavaleiros, com estilos para todos os gostos, aos dois grupos de forcados, com o regresso do de Lisboa e do açoreano do Ramo Grande e também com seis toiros de uma ganadaria que dispensa apresentações, a de Passanha.
Vamos ter no Campo Pequeno a maestria de António Ribeiro Telles, a ousadia e a irreverência do novo Bastinhas, a classe de Duarte Pinto, o toureio de alto risco de Francisco Palha, o "furacão" espanhol Andrés Ventura e a arte marcante de Rouxinol Júnior.
Do sucesso, sobretudo do sucesso de bilheteira desta última corrida vai depender a possível realização de uma outra, no dia 16, extra-abono e provavelmente até de mais alguma ainda este ano. Vai depender, sobretudo, a continuação do esplendor que é preciso existir na Nossa Casa.
O empresário Luis Miguel Pombeiro joga a sua última grande cartada numa temporada em que foi um verdadeiro herói. Montou os cartéis possíveis num ano atípico e demasiado "reservado" para o que costumavam ser as temporadas tauromáquicas nacionais. Podem apontar defeitos - mas não podem ignorar que a ele ficámos a dever o arranque das corridas de toiros em Portugal - e até no mundo - em Julho em Estremoz, quando já alguns cavaleiros se movimentavam, receosos de que não houvesse este ano touradas em Portugal, quando a maioria dos aficionados afinava pelo mesmo diapasão e pensava que Lisboa não voltaria a ser palco de corridas.
Foi Pombeiro, como podia ter sido Rafael Vilhais ou Cachapim, que foram os outros dois candidatos ao concurso de adjudicação. Não é isso que está agora em causa. O que está mesmo em causa é o futuro do Campo Pequeno.
Por isso, mexam-se! Não faltem esta quinta-feira. É importante que estejamos todos e saibamos demonstrar a nossa força.
Foto M. Alvarenga e D.R./Ovação e Palmas