Em 17 de Fevereiro de 1973, ocorreu, como ontem aqui recordámos, na estrada de Vendas Novas, o acidente de automóvel em que morreu Manolo Escudero, o eterno moço de espadas e fiel colaborador de Manuel dos Santos, assim como o campino Piteira Dias, que era o maioral da ganadaria Porto Alto, propriedade do famoso matador de toiros e ao tempo o maior empresário tauromáquico do país.
Manuel dos Santos, na época empresário da praça de toiros do Campo Pequeno, entre outras, acabaria por também perder a vida no mesmo acidente.
Transportado em estado grave para Lisboa, Manuel dos Santos morria no dia seguinte, 18 de Fevereiro, cumprem-se neste dia 49 anos, no Hospital Particular, em Lisboa, não resistindo aos graves ferimentos sofridos no desastre da véspera. Portugal ficou em estado de choque.
Manuel dos Santos e os restantes ocupantes do automóvel - entre os quais o seu filho, Manuel Jorge Diez dos Santos, o único que nada sofreu - regressavam a Lisboa depois de uma visita à sua ganadaria em Alcáçovas, na Herdade das Almargias.
O corpo do antigo matador esteve em câmara ardente na Igreja de São João de Deus, em Lisboa (na capela ao lado estava o corpo de Manolo Escudero) e a Praça de Londres transformou-se num verdadeiro mar de gente que lhe quis prestar uma derradeira homenagem.
O enterro, no dia seguinte, no cemitério da Golegã, foi uma emotiva manifestação de pesar, com o povo na estrada, ao longo do percurso, desde Lisboa, em todas as terras, aclamando Manuel dos Santos à passagem da carrinha fúnebre.
Manuel dos Santos despedira-se das arenas em Outubro de 1953 no Campo Pequeno, mas reapareceu em 1960 e manteve-se activo durante cinco temporadas, em que actuou em grande número de corridas, em todas as praças portuguesas, mas também no México. Continuou depois ainda a tourear em festivais. Actuou pela última vez poucos meses antes da sua morte, em Setembro de 1972, num festival tauromáquico na praça de toiros de Espinho, de que era empresário.
Fotos D.R.