O empresário António Nunes bateu ontem os pés aos inspectores da IGAC que actuavam na praça portátil onde se realizou na Golegã a última corrida da temporada e ameaçou mesmo, ao microfone, que o seu toureiro, o rejoneador Andrés Romero, não actuaria na segunda parte se os elementos do seu staff não fossem autorizados a permanecer na trincheira.
As chamadas novas regras impostas pela IGAC a meio desta temporada - e que embora ainda não sendo lei, já estão a ser levadas à risca pelos inspectores - impedem a presença de fotógrafos nas trincheiras da maioria das praças e estipulam apenas duas senhas para elementos do staff de cada toureiro interveniente (eram quatro antigamente).
Ontem, na Golegã, os inspectores da IGAC implicaram com Santiago Romero (na foto de baixo), irmão do rejoneador Andrés Romero, porque estava a tirar fotografias - e "não podia fazê-lo"... - na trincheira. E, não satisfeitos com isso, ainda admoestaram o apoderado do toureiro espanhol, António Nunes, porque estava na trincheira sem senha para ali permanecer...
Nunes não foi de modas e quando se iniciava a lide do terceiro toiro da tarde (pelo cavaleiro Francisco F. Núncio), agarrou no microfone e disse, para todos ouvirem, que apesar do imenso respeito que tem pelo público ali presente, Andrés Romero não lidaria o segundo toiro do seu lote se os inspectores da IGAC não autorizassem os membros do seu staff a permanecer na trincheira.
Os elementos da equipa de Romero ficaram entre tábuas e o rejoneador toureou o segundo toiro. No final da corrida, foram muitos os que felicitaram António Nunes por, uma vez mais, ter marcado a diferença.
Na véspera da corrida, recorde-se, António Nunes fora galardoado pela Tertúlia "Amigos da Golegã" como apoderado do ano.
Fotos M. Alvarenga/Arquivo