![]() |
Paulo Caetano na corrida de abertura e Roca Rey na de encerramento |
Um ano mais, os aficionados estão pendentes das grandes corridas já anunciadas para outras praças, e a realidade é que ninguém questiona o que vai acontecer no Campo Pequeno. Dá a ideia de que isso é irrelevante e pouco importante. O que é pena. Antigamente não era assim e quem ditava as leis da temporada era sempre e, primeiro que todas as outras, a então primeira praça do país. a de Lisboa. Hoje está tudo virado ao contrário...
José Maria Charraz (o novo parceiro) e Luis Miguel Pombeiro continuam em silêncio. Só Charraz o quebrou, com toda a pompa e circunstância nas suas páginas das redes sociais, para anunciar que contratara finalmente Diego Ventura, proeza que nos últimos oito anos mais ninguém fora capaz de cometer...
Mas depois, provavelmente pelas críticas que o condenavam pelo facto de ter humilhado o parceiro (que não foi visto nem achado na contratação de Ventura, mas que é, ou poensa-se que ainda é, ao fim e ao cabo, pelo menos em termos legais, o adjudicatário das datas de touradas na praça de Álvaro Covões), calou-se e não mais se ouviu falar do senhor...
Não caiu bem a ninguém aquele ar vitorioso do senhor Charraz na foto com Ventura e o apoderado Caballero, assim como quem diz que quem manda agora é ele e o Pombeiro já passou à história... Há que respeitar o empresário a quem devemos o arranque e a continuidade das touradas na nossa terra no ano complicado da pandemia. Se não fosse ele a dar o passo em frente quando todos os outros tinham dado quatro passos atrás, ainda hoje estariam a discutir, sentados à mesa, entre uns copos, onde se realizaria a primeira tourada...
E ninguém viu também com bons olhos o facto de ter vindo anunciar Ventura no Campo Pequeno com quase seis meses de antecedência, quando falta ainda a corrida do Montijo - onde Diego toureia. Há coisas que a ética, o respeito e o saber estar dos Senhores Empresários de antigamente impediriam de acontecer e, aliás, nunca aconteciam. Hoje, isto está tudo às três pancadas e seja o que Deus quiser...
O "Farpas" sabe, por outras fontes (altamente fidedignas), que as conversações para trazer o matador peruano Roca Rey à última das quatro touradas da mini-temporada lisboeta (5 de Setembro) tem atrasado a apresentação oficial dos cartéis, que chegou a estar programa para finais de Março no Salão Nobre da praça de toiros e ainda não se realizou.
Sabemos também que falta ainda rematar o cartel de seis cavaleiros de 22 de Agosto (corrida de homenagem aos emigrantes) e que os empresários podem muito em breve avançar com a apresentação dos elencos deixando ainda este "em branco".
A temporada abre a 11 de Julho (sexta-feira) com a corrida (que pode ser de gala à antiga portuguesa) de celebração dos 45 anos de alternativa do Maestro Paulo Caetano, que foi o grande triunfador do recente festival em Vila Viçosa - e em Lisboa encabeçará um elenco formado ainda por António Ribeiro Telles, João Moura Caetano, Marcos Bastinhas, Duarte Pinto e Miguel Moura. Pegam dois grupos de forcados, sendo um o de Lisboa. E lidam-se seis toiros de Paulo Caetano.
A segunda corrida será a 7 de Agosto e o cartel está rematado: Diego Ventura, João Ribeiro Telles e Tristão Telles Queiroz, que confirma a alternativa. Lidam-se toiros de David R. Telles (linha Murube) e pegam três grupos de forcados, sendo um o de Turlock (Califórnia).
Falta, como atrás dissemos, rematar o cartel de 22 de Agosto, que será de seis cavaleiros e em que se homenageia os emigrantes.
A quarta e última corrida será anunciada na acto de apresentação dos cartéis: quase certa a presença de Roca Rey como único matador e, a cavalo, João Moura Jr. e Francisco Palha.
Fotos M. Alvarenga