Miguel Alvarenga - Neste momento, com a costumeira alegria folclórica, todos festejam ainda o triunfo (incontestado) da última tourada da mini-temporada do Campo Pequeno, na sexta-feira, marcada pela vinda a Lisboa e pelo sucesso memorável do matador peruano Roca Rey, primeira figura do toureio mundial - que esgotou a lotação da praça três dias antes de lá chegar.
Acho muito bem que se festeje. Como acho muito bem que se festejem as lotações esgotadas (como a deste sábado na Nazaré) em todas as praças, sobretudo depois de mais uma investida dos PAN's desta vida contra a tauromaquia, aproveitando-se (vergonhosamente) da morte de um jovem forcado na tourada de 22 de Agosto nesta mesma praça do Campo Pequeno.
Mas depois da euforia, depois de atirarem os foguetes e apanharem as canas, depois dos copos que todos beberam festivamente no "Rubro" até às tantas da manhã, agora é preciso, é necessário e é urgente, que voltem todos à terra e se consciencializem, sobretudo e principalmente aqueles que votam em Lisboa, que falta um mês para as eleições autárquicas e que se ganhar Alexandra Leitão, a candidata do PS, aliada ao Livre, ao Bloco de Esquerda e ao PAN na coligação Viver Lisboa, não mais voltaremos a viver nenhuma outra noite, nem nenhuma outra festa, como a de sexta-feira passada.
Pura e simplesmente, a nova Presidente da Câmara vai proibir de uma vez por todas as touradas no Campo Pequeno. Como o fez, no seu tempo, o Presidente da Câmara de Viana do Castelo. Como o fez também, no seu tempo, o Presidente da Câmara de Póvoa de Varzim.
A vida não estava fácil para Carlos Moedas - que, em boa verdade, não tem sido um Presidente da Câmara brilhante. A tragédia do Ascensor (e não Elevador) da Glória veio piorar muito mais a situação.
Mesmo que não se demita, mesmo que aguente até às eleições, seria muito mau que Moedas perdesse as eleições. Mas é muito natural que as perca.
Para os aficionados da tauromaquia, o voto útil chama-se Moedas. É o mal menor e é aquele que ainda pode evitar o que a coligação de Alexandra Leitão pretende: acabar de vez com as touradas no Campo Pequeno.
Não podemos assobiar para o lado. Não podemos fingir que não há perigo nenhum. Porque há. E grande. E pode ser mesmo demolidor.
Não costumo ser nada pessimista, mas, ou me engano muito, ou a tourada do Roca Rey na passada sexta-feira foi a última da História da antiga primeira praça do país.
É preciso agir! É preciso acreditar que isto pode estar por um fio. E não votar onde não se deve no próximo dia 12 de Outubro.
Fotos M. Alvarenga e D.R.
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| Este cenário pode não se repetir se o PS ganhar a Câmara |
