O empresário Paulo Pessoa de Carvalho
enviou-nos ontem um mail alegando que demos uma notícia "não
verdadeira": segundo ele, João Duarte nada teria a ver com a organização
da corrida de Homenagem Nacional a D. Francisco de Mascarenhas (29 de Julho nas
Caldas), pertencendo esta exclusivamente a si e ao Grupo de Forcados das Caldas
da Rainha. Pomos os pontos nos iis através desta esclarecedora entrevista a
João Duarte. Para que não restem mais dúvidas.
Entrevista de
Miguel Alvarenga
- Para acabar de vez com a polémica, é
ou não é organizador, conjuntamente com Paulo Pessoa de Carvalho, das corridas
da União das Misericórdias e de Homenagem Nacional a D. Francisco de
Mascarenhas, que se vão realizar na praça de toiros das Caldas da Rainha?
- Sou, sim senhor. Sou há dezasseis anos
organizador da Corrida da União das Misericórdias e volto a sê-lo este ano, com
muito orgulho. Sobre a corrida de Homenagem Nacional a D. Francisco de
Mascarenhas, como o Miguel sabe e testemunhou, foi uma ideia minha e do Manuel
Andrade Guerra. A corrida esteve para se realizar em Santarém e também em
Almeirim, onde apesar de a praça estar fechada e sem empresa, nos seria cedida
pela Santa Casa da Misericórdia. Aliás, D. Francisco começou por fazer muita
questão de que a corrida se realizasse em Almeirim. Por fim, decidi levá-la
para a praça das Caldas, onde se realizará no próximo dia 29 de Julho, como já
foi anunciado em primeira mão pelo "Farpas Blogue".
- Num mail que nos enviou, o empresário Paulo
Pessoa de Carvalho afiançou que a notícia que demos não era verdadeira e que a
corrida era organizada exclusivamente por ele e pelo Grupo de Forcados das
Caldas da Rainha...
- Não há grupo de forcados nenhum
envolvido na organização da corrida das Misericórdias... O Grupo das Caldas participa, sim, na organização da homenagem a D. Francisco. O Paulo pode dizer o que entender, a
verdade é o que estou a dizer.
- Essa "camuflagem" do seu
envolvimento na organização de ambas as corridas tem a ver com o facto de estar
vetado pela Associação de Forcados e de o Paulo Pessoa de Carvalho pretender
escamotear essa realidade?...
- Posso não ter sido um grande forcado,
mas orgulho-me de ter sido forcado. Estou e sempre estive do lado dos forcados.
Estou é contra um pseudo-director de uma pseudo-associação de forcados. Estar
ou não estar vetado é para o lado que durmo melhor. Ainda ontem estive reunido
em São Manços com o Grupo de Forcados local, com antigos e actuais elementos e
o grupo colocou-se à minha inteira disposição para pegar nas corridas que eu
organizar. E não é o único. Tenho, graças a Deus, muitos e bons grupos de
forcados que já se disponibilizaram para pegar em qualquer corrida minha,
independentemente desse alegado "veto", que é inconstitucional e
ilegal. Não tenho problemas de espécie alguma quanto a isso.
- Não teme que a Associação de Forcados
vete essas duas corridas?
- Não temo, não senhor. De forma alguma.
Não tenho nada contra os forcados e os forcados nada têm contra mim. Ainda
ontem, repito, estive em São Manços, como já foi noticiado, a ultimar o
acompanhamento da revista "Flash" a França, em Julho, acompanhando
pela primeira vez uma digressão de um grupo de forcados ao estrangeiro.
- Confirma, portanto, a sua participação
nessas duas organizações?
- Em absoluto. O Paulo, às vezes, quer
protagonismo em demasia... Mas a organização das corridas das Misericórdias e
da Homenagem a D. Francisco, é minha. Na praça que ele gere, por isso pode
dizer-se que se trata de uma parceria, mas os cartéis são montados por mim e
tudo foi tratado por mim. Incluindo a televisão.
- A corrida de homenagem a D. Francisco
é transmitida pela RTP?
- É. E a Corrida da União das
Misericórdias, não o sendo, tem o apoio institucional da RTP.
- Também é verdade, como ontem
noticiámos, que esteve esta semana em Vila Viçosa, com Paulo Pessoa de
Carvalho, para contratar José Luis Cochicho para a Corrida da União das
Misericórdias?
- Claro que é verdade. Estivemos em Vila
Viçosa os dois na quarta-feira passada, anteontem. Fui muitos anos apoderado do
José Luis Cochicho e fui desafiá-lo a tourear na Corrida das Misericórdias para
comemorar os 25 anos de alternativa, uma vez que já o fez este ano em duas
ocasiões, mas nunca numa corrida formal, apenas em festivais. O José Luis ficou
de nos dar uma resposta hoje, sexta-feira.
Foto M. Alvarenga/Arquivo