A primeira parte da actual temporada
tauromáquica em Portugal registou menos público em relação a anos anteriores,
mas a Norte os espectáculos têm vindo a aumentar, revelou ontem em declarações
à agência Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Empresários
Tauromáquicos (APET).
A temporada tem sido "mais
dura" em termos de afluência de público, reconheceu Paulo Pessoa de
Carvalho, considerando que a situação constitui "um sinal evidente da
crise coletiva e generalizada que se vive em Portugal".
Paulo Pessoa de Carvalho (na foto) indicou,
contudo, que o "público aficionado e entendido tem sido fiel" e que
os espectáculos a norte têm crescido e "com público", atribuindo
àquela região "um enorme potencial" para o sector. O presidente da
APET sublinhou que tem havido menos festejos a Sul em relação a anos
anteriores, mas considera que a situação pode vir a beneficiar o sector.
"Tem havido menos festejos e para
bem da tauromaquia devia haver menos ainda e dar primazia à qualidade em
detrimento da quantidade. A crise pode ser útil para vermos o que vale e não
vale a pena fazer em prol da Festa", defendeu.
Para Paulo Pessoa de Carvalho, a crise
tem sido "uma boa oportunidade para recriar a tauromaquia",
sublinhando que, desde que a temporada começou, a 1 de Fevereiro, registaram-se
menos "cerca de 25 espectáculos em relação a igual período do ano
anterior".
O empresário adiantou que a temporada
tauromáquica deste ano vai contar com "pouco mais de 200
espetáculos", registando-se no final da época uma "quebra entre os 25
e os 30 por cento".
Sobre a aficion a norte do país, o
presidente da APET considera que o povo nortenho possui "uma grande
compreensão por este espectáculo", uma vez que existe "uma vida
ligada ao campo e à natureza", factores que "encaixam" na Festa.
"O Norte é uma região com um enorme
potencial. A entrada da Festa a Norte dá uma maior representatividade à
tauromaquia", sublinhou.
Embora a segunda parte da temporada, que
encerra a 1 de Novembro, seja mais forte e intensa no que diz respeito a datas
para os espectáculos, Paulo Pessoa de Carvalho defende que os empresários devem
fazer a "manutenção" das corridas tradicionais e aconselhando os
colegas a "inventar pouco" no que diz respeito à criação de novas
datas.
"Prevejo também menos público nesta
segunda parte e o que vai marcar presença será mais "selecto" nos
festejos que escolhe para assistir", declarou.
A temporada tauromáquica em Portugal
arrancou no dia 1 de Fevereiro, com um festival taurino na praça de toiros
"Libânio Esquível", em Mourão, e termina no dia 1 de Novembro com
espectáculos no Cartaxo e no Coliseu de Redondo.
- in Lusa
Foto D.R.