A última faena em Mourão no ano de 1999, com 86 anos de idade |
Grave colhida em Espanha impediu-o de se tornar o primeiro matador de toiros português. Tomou a alternativa em Espanha no ano de 1947, cinco meses depois de Diamantino Vizeu |
Com o filho, José Luis Gomes e os netos Gonçalo Maria e Pedro Maria; e, em baixo com o neto que lhe seguiu as pisadas, o matador Manuel Dias Gomes |
Augusto Gomes Júnior morreu há cinco anos (3 de Outubro de 2014) com a bonita idade de 100 anos.
O toureio a pé em Portugal nasceu com ele, quando na tarde de 21 de Junho de 1942 pisou vestido de luces a arena da Monumental de Pamplona, ao lado dos espanhóis "Albaicín" e "Boni", para entrar na História como o primeiro novilheiro português que se apresentou em Espanha.
Anos antes, em 1936, estreara-se como amador na praça de Sobral de Monte Agraço (hoje, curiosamente, gerida por seu filho José Luis Gomes) e em Julho de 1937 tomava a alternativa de bandarilheiro no Campo Pequeno, palco onde dois anos mais tarde se haveria de apresentar como novilheiro, dando início ao sonho de se tornar matador de toiros.
Uma grave colhida na praça espanhola de Tafalla, que o obrigou a estar cerca de quatro anos inactivo, impediu-o de se tornar o primeiro matador de toiros nacional, que acabou por ser Diamantino Vizeu a 23 de Março de 1947 em Barcelona. Augusto Gomes Júnior tomaria a sua alternativa cinco meses depois, a 10 de Agosto do mesmo ano em Constantina, apadrinhado pelo mítico António Bienvenida. Debutou em Las Ventas, Madrid, a 23 de Junho de 1946, sendo o primeiro matador português a estoquear um toiro nessa praça.
Actuou também no Peru, na Venezuela, na Colômbia, em Angola e em Macau, mas no ano de 1951 decidiu abdicar da alternativa de matador de toiros, tornando-se então bandarilheiro e tendo integrado as quadrilhas de grandes figuras, a última das quais o cavaleiro José Mestre Batista.
Paralelamente, teve um papel de grande destaque na formação de novos toureiros como professor da recordada Escola "Arena", que funcionou em Lisboa. E já depois de retirado das arenas foi um competente director de corrida e uma presença constante nas nossas praças. No ano de 1999, com 86 anos de idade, toureou pela última vez num festejo na praça de toiros de Mourão.
Manuel Dias Gomes, hoje matador de toiros, foi o único neto que lhe seguiu as pisadas. O filho, José Luis Gomes (ex-cabo dos Forcados Amadores de Lisboa) e os netos Gonçalo Maria e Pedro Maria (actual cabo do Grupo de Lisboa) enverederam e destacaram-se como forcados.
No quinto aniversário da sua morte, recordamo-lo com respeito, carinho e saudade. E aqui deixamos a nossa homenagem a uma figura eterna da Tauromaquia nacional.
Fotos D.R.