A propósito do 75º aniversário da Monumental Plaza México, que hoje se assinala, recordo aqui essa praça única! Onde estive pela primeira vez em 1982 e a que voltei depois em 1986
Miguel Alvarenga - Esta foto foi tirada pelo Xico Costa (que integrava os Forcados Lusitanos, chefiados por Fernando Hilário) quando em Janeiro de 1982 entrei pela primeira vez na maior praça de toiros do mundo, a Monumental Plaza México, que comemora precisamente hoje o 75º aniversário da sua inauguração - um monumento majestoso que arrepia qualquer um.
Por fora, a praça é, na altura dos seus muros, mais baixa, por exemplo, que a de Santarém. Está incrivelmente "escavada", entra-se pelas últimas filas de cima e vai-se descendo. Arrepia, chega a dar vertigens, acreditem!
Os toureiros, cavalos, toiros, etc, têm para seu acesso ao páteo de quadrilhas, aos curros e demais instalações, um enorme corredor que circula praticamente a praça e que vai descendo até à arena. Assim como se estivéssemos a descer para um parque de estacionamento.
Nesse ano de 1982, acompanhei com os também críticos taurinos João Mascarenhas e Luis de Castro (sobrinho do saudoso ganadeiro Ernesto de Castro e que anos mais tarde abandonou a escrita) a digressão ao México dos Forcados Lusitanos - um grupo magnífico composto, para além dos já citados Hilário e Costa, por grandes forcados como o António Lapa (de Salvaterra), o Fazé (Francisco Araújo), o Joaquim Mendes (de Salvaterra), o Vasco Belmonte e o Silvino Bento e também o António Santos - que viria poucos anos depois a falecer em Albufeira, vítima de colhida, quando era cabo dos Amadores de Aveiras e que foi meu companheiro de quarto durante cerca de um mês no Hotel Palace, da Cidade do México, o hotel dos toureiros, junto ao histórico Monumento da Revolução,onde estava também hospedado o matador espanhol e hoje apoderado Curro Vásquez, nos seus inícios de carreira, que era nosso companheiro diário de uns magníficos pequenos-almoços à base de fruta tropical.
Pegaram nessa digressão nas praças de Aguascalientes, de Morélia e na Plaza México - que encheu por completo nessa tarde e cheia, meus amigos, é uma coisa de arrepiar. Foi nessa digressão que conheci e almoçámos no seu rancho (herdade) o saudoso cavaleiro de Sousel, Pedro Louceiro, que ali vivia há muitos anos e que na minha juventude vira ainda tourear em Portugal, mas com quem nunca falara. Também Enrique Fraga, antigo matador e rejoneador hoje conceituado ganadero, que nesse tempo era matador de toiros e casado com a filha de Louceiro. Em Morélia conheci e tirei fotos ao lado do histórico matador de toiros Gregório Garcia (entretanto falecido), que foi figura em Portugal nos anos 40. E também a célebre Conchita Cintrón.
Visitei pela primeira vez a Monumental do México nas vésperas da corrida em que os Forcados Lusitanos ali pegaram (com êxito enorme), na companhia do cabo Fernando Hilário, do Francisco Costa, do João Mascarenhas, do Luis Castro e do então matador de toiros português Fernando Pessoa, que ali estava também a viver e a tentar a sua sorte. Acompanhou-nos o histórico empresário da Plaza México, já falecido, Rodolfo Gaona, e o seu assessor António Téllez. Foi um dia e um momento inesquecível, de que guardo algumas fotos históricas.
No dia da corrida, assisti na trincheira com o João Mascarenhas e o Luis Castro. É uma sensação única olhar para cima e ver aquela "monstruosidade" de praça que alberga, cheia, 50 mil espectadores! Quando o toiro sai à arena, a praça inteira grita "olééé!", coisa fantástica que jamais esquecerei.
A esta Monumental, por onde passaram grandes figuras do toureio português, a maior de todas Manuel dos Santos (que é um dos toureiros que tem uma estátua no exterior da praça), regressei poucos anos mais tarde, em 1986, com Fernando Camacho, onde assisti a mais três ou quatro corridas. É uma coisa do outro mundo ver uma corrida nesta praça!
Fotos D.R., Carmona e Saltillense
Com Luis Castro na trincheira da maior praça de toiros do mundo |
E em 1986, numa barreira, com Fernando Camacho |