Esta é a entrevista por que toda a aficion esperava. Luis Miguel Pombeiro foi o empresário que deu o primeiro passo em frente e realizou a primeira corrida de toiros a nível mundial, depois do desconfinamento, em Julho do ano passado, em Estremoz. Na véspera desse espectáculo, tinha-lhe sido entregue o Campo Pequeno - que reabriu vinte dias depois (30 de Julho) e foi a única praça de primeira no mundo a realizar temporada. Pombeiro transformou-se no empresário da moda no ano da pandemia. Antes, dera já provas do seu valor como empresário tauromáquico e como apoderado. Como grande aficionado - aficionado de alma e sentimento. Depois, foi a prova dos nove. E venceu-a. É hoje o "manda-chuva" da Tauromaquia nacional e está a um passo de entrar também em Espanha e em França em sociedade com grandes empresários dos dois países. Mas mantém a mesma simplicidade de sempre. Conheço-o há mais de quarenta anos. Somos amigos. De verdade. De coração. Mas soubemos sempre distanciar a amizade das relações institucionais e profissionais. E isso tem valorizado ao longo de muitos anos a nossa relação. Hoje, Luis Miguel abre o livro (não todo) e conta os seus projectos para a temporada de 2021, a segunda da pandemia, ainda distinta, ainda sob as regras da nova diferença. Vamos ouvi-lo
- Dos contactos mantidos com as autoridades, nomeadamente a DGS e a IGAC, que expectativas existem neste momento quanto ao recomeço da actividade tauromáquica?
- Os contactos que tenho não são directamente com as entidades que mencionaste porque devem ser de forma institucional pelas associações do sector. Eu, directamente e através de conhecimentos de há anos e de amizades que se vão cultivando ao longo da vida, tenho conversado informalmente com pessoas que estão muito mais dentro dos assuntos... Tudo o que possamos dizer por enquanto é pura especulação. O que sabemos é que, para já, as regras serão as mesmas do ano passado com algumas alterações e actualizações. Uma das minhas reivindicações é que as praças que estão reduzidas a 30% de público deixem de estar. Há uma regra imposta pela DGS que não tem lógica: a profundidade do lugar onde nos sentamos tem de ter 80 cm. Isso teria alguma lógica de distanciamento se pudessemos colocar um espectador logo no lugar detrás, mas isso não é possível. Se tens alguém a ocupar o lugar um da fila A não podes ter ninguém no lugar 1 da fila B. Ora, se só podes sentar no lugar 2 já tens uma distância de cerca de 1 metro, pelo que não tem lógica a regra dos 80 cm. Depois, é urgente que se deixe de fazer testes aos Forcados ou que se permitam os testes rápidos. O teste PCR é muito mais caro e é suportado pelas empresas! Também a não permissão de fotógrafos na trincheira não tem lógica. Estão nos burladeros e caso seja necessário também podem fazer um teste rápido. Há que definir bem tudo antes de começarmos e já comuniquei a quem de direito. Acho que a DGS tem tido muitos problemas para resolver e compreende-se que não dê respostas rápidas como deveriam ou como nós esperávamos. Mas está na altura e no momento certo para o fazer. A Cultura tem de abrir rapidamente. E não falo por nós, que conseguimos abrir e mostrar que em 48 espectáculos tudo correu bem e não tivemos nenhum foco de vírus. Por isso, fomos e continuaremos a ser exemplares.
- Já foi anunciado que a temporada no Campo Pequeno se iniciaria na terceira semana de Maio e que abriria com duas corridas de toiros. Confirma-se?
- Isso é o que tenho programado. Depende das autoridades, mas também de tudo o que se possa fazer no Campo Pequeno. A Praça de Toiros foi transformada numa excelente sala de espectáculos e esse é o objectivo principal de quem a comprou! Como tal, terei de ir conciliando a nossa arte com as outras artes. E eles sabem que comigo estarão sempre à vontade e que nunca prejudicaria o arranque de uma actividade que tem estado completamente parada e que necessita urgentemente de se iniciar. Há milhares de pessoas com graves problemas! E isto não é fantasia! Se não há concertos imaginas a quantidade de pessoas que estão sem receber? Há situações gritantes e que só se resolvem com o regresso ao trabalho. E nós, da Tauromaquia, devemos ser os primeiros a apoiar que toda a actividade cultural reabra. Toda! Teatros, Cinemas, os Concertos, os Festivais de Verão que mobilizam milhares de pessoas que vêm do estrangeiro para assistirem. A actividade Cultural movimenta a economia regional e nacional.
A ideia para a Tauromaquia em Lisboa é abrir quando fôr permitido, mas com plena consonância com as actividades que se fazem no Campo Pequeno. A ideia de fazer duas corridas a abrir é exactamente porque depois poderemos estar mais espaçados nas datas. Mas tudo isto está dependente do Plano de Descofinamento e como tal só nos resta esperar.
- Aumentar para 75% a lotação possível das praças em que está permitido o uso de apenas 50% da sua capacidade e aumentar também a lotação das praças que só podem utilizar 20 ou 30% das suas lotações são neste momento os principaisl objectivos a alcançar?
- Como já disse anteriormente, as praças de todo o país deveriam já estar a 50%. Dou o exemplo de Idanha-a-Nova que com 1.800 lugares a 30% é inviável! Mas a 50% já pode fazer uma corrida de custos limitados e com todos a ajudarem. Todos os anos são centenas de emigrantes que através das redes sociais nos questionam sobre as datas das corridas para marcarem as suas férias. As corridas de toiros fazem parte integrante da vida dessa gente! Ter a praça de Idanha e outras paradas mais um ano é uma grande perda para a região. Porque em dias de corridas os hoteis, os restaurantes, os postos de combustiveis, o artesanato, o comércio, tudo espera por acontecimentos que tragam gente às terras do interior. O mesmo se passa na Terrugem ou na Arruda dos Vinhos. Sei que os Presidentes dos Municípios onde há praças de toiros têm sensibilizado o governo para isso. A lotação de 75% poderá ser alcançada depois da maioria da população estar vacinada!
- A directora-geral de Saúde disse há dias numa entrevista à RTP3 que não será viável a possibilidade de se fazerem testes rápidos aos espectadores nos dias dos festejos. Essa era uma das hipóteses que estava a ser estudada. Como será então?
- A Dra. Graça Freitas tem sido uma peça fundamental neste combate ao vírus. Mas provavelmete não percebeu que a ideia de se fazerem testes rápidos nos espectáculos é exactamente uma forma de controle que não terá se não existirem esses mesmos espectáculos. Os testes rápidos feitos através dos Bombeiros locais ou de instituições, como a Cruz Vermelha, são uma forma de controle em que as pessoas vão voluntariamente. E quem souber que tem sintomas ou acusar positivo
já não vai ao espectáculo porque sabe que irá ser testado e isolado! E assim também não anda a transmitir. Temos a logística preparada, embora haja alguns empresários que não alinham neste projecto. Nós já temos Salas de Isolamento nas praças ou nos recintos de espectáculos, como tal passaríamos a ser agentes de saúde. Mas, claro está, esses testes teriam de ser pagos pelo Estado! Repara que nós já estamos demasiados penalizados com um IVA ilógico de 23% numa discriminação imprópria de um Estado de Direito. Uma discriminação a que o nosso Primeiro-Ministro cedeu por motivos puramente políticos! E é a única situação que aponto a António Costa. Ele sabe que a maioria dos socialistas são a favor da Tauromaquia! E como democrata que é chegou a afirmar que não gosta de Corridas de Toiros mas que nunca foi nem será de proibir.
- Disseste numa entrevista ao site “Toros de Lidia” que este ano já viriam a Lisboa as grandes figuras do toureio mundial que no ano passado não vieram, quer a cavalo, quer a pé; e que haveria mais corridas do que as que se realizaram em 2020. Será assim?
- O contrato é para 6 corridas. Contudo a minha intenção será de fazer mais se houver conciliação de datas entre outros eventos. Assim espero. Quanto a figuras do toureio de Espanha, elas virão...
- Falou-se da possibilidade de a Ovação e Palmas realizar em 25 de Abril um “evento bolha” para testar as novas regras que vigorarão nesta temporada, entre as quais a tal possibilidade da realização de testes rápidos ao público. Está de pé esse evento?
- Dia 11 de Março, já na próxima quinta-feira, depois das regras que serão apresentadas pelo Primeiro-Ministro logo anunciarei ou não. Quero fazer no Dia da Liberdade para marcar também como Dia da Liberdade da Cultura Tauromáquica. Contra a ditadura do gosto e contra aqueles que nos querem impôr novas regras de alimentação e que a coberto de pseudo animalismos não são nada mais nada menos que porta-vozes de uma nova forma de veganismo. Querem impôr uma ditadura e não tem a ver só com a Tauromaquia. Os animais são respeitados e temos regras que cumprimos do bem estar animal. Mas só nos desenhos animados é que os animais falam... Não os podemos considerar como pessoas porque estaremos a renegar a nossa própria condição de seres racionais. Essa gente quer acabar com a criação de porcos, de galinhas poedeiras, de vacas, enfim, de tudo. A Tauromaquia é o meio mais visível e mediático, mas eles querem mais do que isso. Mudar os hábitos alimentares dos portugueses é o objectivo. E há quem financie essa luta com milhões porque ganham fortunas com a comida em pó... Está tudo preparado para arrancar numa praça do Alentejo no dia 25 de Abril, se já estivermos desconfinados. Se teremos apenas 50% ou os 75% com os testes, depende da DGS.
- O cartaz da PróToiro prejudicou o Campo Pequeno? Foste o primeiro a levantar a voz contra esse cartaz e disseste mesmo que António Costa não deveria estar no cartaz...
- Acho que o cartaz prejudica a Tauromaquia! Nós somos Cultura e podemos ser políticos, mas não partidários deste ou daquele. E o cartaz é de uma infelicidade extrema. Estou-me marinbando para os targets e o que digam os especialistas da PróToiro. Sou contra e não me fazem mudar de ideias. Se a Lei era do Bloco, colocassem os responsáveis do Bloco com o tal André Silva. Mas nunca o Primeiro-Ministro! Respeito! E as justificações de que ele nos desrespeitou com a história do IVA não são desculpa. O IVA irá ser revisto de forma legal. Não com cartazes e campanhas publicitárias. Mesmo a Ministra da Cultura tem de ser respeitada pelas gentes da Tauromaquia. Está no direito de não gostar! Ponto final! Não pode é ignorar que nos tutela. E penso que a seu tempo nos ouvirá. Não podemos é optar por radicalismos e extremar posições como alguns querem fazer crer que é esse o caminho.
- És socialista?...
- (Risos) Sou justo! Sou contra o que prejudica a Tauromaquia, mas compreendo a política e respeito quem seja nosso adversário. Gosto de elevação, respeito, carácter, educação e espirito democrático. Quando vir que não respeitam estes princípios, sou o primeiro a ser contra, seja contra quem for! Em quem voto não digo... (risos)! Depende se é nas autárquicas, nas legislativas ou nas presidenciais. Por acaso, nestas últimas, até publiquei uma foto do meu voto nas redes sociais. Não sou apolítico, mas sou apartidário militante. Mas voto!A Tauromaquia não é de direita nem de esquerda. A Tauromaquia é do coração, dos sentimentos e das emoções. Numa praça somos partidários de um toureiro, de forcados ou de toiros. A Tauromaquia é igualdade social, como dizia Tierno Galván. A Tauromaquia é ecologia que defende o toiro bravo como espécie única e preserva o meio ambiente. A Tauromaquia é economia social. Tauromaquia é Cultura foi e é defendida por grandes figuras da cultura mundial: o Prémio Nobel, como Vargas Llosa, é um exemplo. Olha, Miguel, digo-te o que dizia "Antoñete": "En ele toreo la mano izquierda es la verdad. Es lo más limpio y lo más difícil. Con la izquierda se torea sin ventajas y todo es más puro. Para torear con la derecha hace falta echar mano de una espada. No es lo mismo. Con la izquierda basta sujetar un trapillo rojo, dar el pecho y echar la pata palante". A Tauromaquia não é de ninguém. Ainda há tempos vi uma foto de António Guterres num tentadero com Rui Bento e José Maria Aznar. Jorge Sampaio e Mário Soares deram a cara pela Tauromaquia. Hoje, Manuel Alegre e João Soares, assim como os Presidentes de Câmaras socialistas apoiam a Tauromaquia. Deputados do PS apoiam a Festa. Como na direita também apoiam a Tauromaquia. Che Guevara adorava ir aos toiros! E sabes que um dos primeiros animalistas foi Adolf Hitler? Diz bem de quem são os animalistas... ainda devem ser seguidores do homem que preferia os cães aos judeus... Isto dava para páginas e páginas de entrevista. Digo-te que sou democrata e voto em quem confio.
- Depois de Moura Caetano e dos praticantes Manuel Oliveira e Joaquim Brito Paes, além de Duarte Pinto, vai haver mais algum apoderamento por parte da Ovação e Palmas?
- Nunca se sabe... Agora estou a programar a temporada deste ano contando com estes toureiros. Duarte Pinto segue para a 13ª temporada comigo e espero que com o João Moura Caetano, o Manuel de Oliveira e o Joaquim Brito Paes também seja por muitos e bons anos. Já estou a pôr o meu filho Guilherme para poder dar continuidade. Os dois primeiros são consagrados, mas ainda com margem de progressão grande e uma afirmação constante corrida a corrida. Os mais novos vão provar que podem vingar. Têm de rodar primeiro para poderem marcar a diferença.
- Apesar de todas as limitações, houve temporada em 2020 no Campo Pequeno e a Catedral foi mesmo a única praça a nível mundial a realizar um abono de corridas. Valeu a pena, Luis Miguel? Perdeste ou ganhaste dinheiro?
- A Praça foi-me entregue a 10 de Julho e a primeira corrida foi a 30 de Julho. O concurso, como sabes, esteve interrompido por causa da pandemia. Em vinte dias fez-se o possível. Prejuízo garantido, mas com o sentido do dever cumprido. Os treinadores de bancada fazem sempre melhor porque não arriscam um pêlo. É sempre mais fácil criticar do que fazer... E há uma grande falta de profissionalismo. Não podemos sobrepor datas nem "inventar". Faltas de respeito não tolero. Temos de perceber que falamos da Catedral Mundial do Toureio a Cavalo! Eu respeito a praça e deve ser respeitada por todos! Não basta pôr gostos ou likes! É preciso ir à Praça! Seja qual fôr e em que parte do país fôr. Se não, vamos dar razão a quem nos aponta a falta de aficion e de decréscimo de espectadores. São mentiras, mas que num ano atípico foram aproveitadas pelos novos fascistas. Os recintos de espectáculos são seguros e as pessoas estão ansiosas para sair de casa e conviver. Uma corrida de toiros é também um ponto de encontro, um acontecimento social em que convergem pessoas de todos os cantos do país e não só. É um produto nacional com uma apetência turística brutal! Estou neste momento a deseonvolver um projecto para isso mesmo para dar a conhecer a nossa Festa em nichos de mercado que podem vir a ser decisivos. Se valeu a pena? Vale sempre a pena quando a alma não é pequena...
- Em termos gerais, como vai ser a temporada de 2021? Que previsões?
- Não sou futurologista... Penso que haverá mais gente dentro das limitações dos 50% de público e que continuará a máscara, a obrigatoriedade de usar máscara. Só estaremos com 70% se vacinados no Verão. Até lá há que ter a mesma segurança do ano passado. Repara que da Festa desapareceu muita gente com o covid, mas não durante a temporada. Uma praça é segura. Por isso espero que tenhamos mais gente a ir aos toiros. Olha, este trabalho que está a ser feito para elevar a Tauromaquia a Património Cultural é excelente. Espero que seja concretizado, pois era o melhor que nos podia acontecer. Isto não é uma previsão, é uma realidade que todos temos de apoiar. E inovar é preciso. Não é criar datas e explorar a situação que vivemos. Temos de ir mais além e dar a conhecer a nossa Cultura, que começa no campo e acaba numa praça. Temos de fazer tudo para que as praças de 30% subam a lotação. Não acredito que alguém queira manter essa situação...
- Entre as figuras que virão a Lisboa estão Pablo Hermoso e Diego Ventura?
- Como disse, não vou anunciar nomes sem tudo estar concluído em termos de datas possíveis e de quando arrancamos definitivamente. Posso apenas adiantar que está a ser tudo acordado e que qualquer dos dois tem um enorme respeito por Lisboa. E mais não digo...
- A união a Simón Casas, sem ser propriamente uma sociedade, vai trazer benefícios para a tauromaquia portuguesa? Ou só para o Campo Pequeno?
- Simón Casas é o maior Produtor de Corridas de Toiros do mundo! Admiro-o imenso já há muitos anos e conheci-o em França. Não temos sociedade, mas sim pontos de vista comuns na defesa da Festa. É concessionário da mais importante Praça do Mundo para o toureio a pé, que é Madrid e da mais importante de França, que é Nimes. Poderá trazer muito benefícios, tal como outros com quem tenho conversado e com quem aprendo. Simón vê mais além e projecta a Tauromaquia de uma forma mais abrangente. Todos os seus conselhos e trocas de opinião são como que uma aula de Mestrado. Depois compete-me a mim saber o que posso ou não fazer. Abriu-me portas e ajuda-me com hipóteses de toureiros. Também temos pensado reactivar as corridas à portuguesa em França. Vamos ver. Espero estar com ele esta semana para ultimar uma série de assuntos.
- Fala-se de que estás a fazer uma sociedade em Espanha. Tem fundamento? Para ficar com praças?
- Tem! É um sonho antigo e que vou concretizar. Talvez seja o primeiro promotor português a dar toiros em Espanha. Em França ja existiram nomes importantes, como Salvação Barreto e Manuel Gonçalves. Mas em Espanha não. Vamos indo devagar e com os pés na terra. Acho que tenho um parceiro ideal por quem nutro uma enorme estima e amizade. Neste momento posso adiantar que tenho duas sociedades. O futuro a Deus pertence.
- No ano passado algumas das praças geridas pelas Ovação e Palmas não deram corridas, casos da Terrugem, de Idanha-a-Nova e da Arruda dos Vinhos. Este ano reabrem?
- Se mudarem a regra que já te disse de 30% para 50% irão dar toiros!
- E, para terminarmos, que novidades podes já adiantar para a temporada de Lisboa e para as outras praças?
- Esperar que toda a Cultura possa reabrir são os meus principais desejos e objectivos! De contratações, apenas posso dizer que estão adiantadas em muitos casos, que há toiros resenhados e que entretanto parei de ir ao campo por não saber quantas corridas poderei realizar. Só depois de estar tudo acertado voltarei ao campo e às contratações. O público é que vai mandar, pois tudo vai depender da adesão que as corridas vão tendo. Quero fazer uma grande temporada, é o que te posso dizer. Mas não abdico de certos princípios e não poderei aceitar que um toureiro toureie à quinta-feira em Lisboa e na semana seguinte a 40 quilómetros e na outra a 50. Este ano, com mais tempo, tudo será diferente. E se não houver respeito à Catedral, não se queixem. Assumam que defendem a Festa mas de alma, coração e muita cabeça. O tempo é para inteligência e não para espertezas...
- E nas outras praças da Ovação e Palmas?
- Nas outras praças espero, como disse, dar em Estremoz a Corrida da Liberdade a 25 de Abril, no Cartaxo a 1 de Maio, a 30 de Maio na Azambuja e reabrir a Terrugem. Depois, se subirem as lotações para 50%, darei corridas na Arruda e em Idanha-a-Nova. Penso que até Agosto teremos essa novidade. Todas estas Câmaras, com a excepção de Estremoz, são socialistas e terão interesse em defender as suas vilas e cidades.
- Quanto a toureiros e forcados, nada a adiantar por enquanto?
- Como disse, espero pele comunicação ao país do Primeiro-Ministro na próxima quinta-feira, para só depois anunciar os meus projectos. O que posso adiantar é que estão muito adiantadas as conversações com apoderados para trazer às praças que estou a gerir todas as primeiras figuras, para dar oportunidade aos novos e para voltar a apresentar os melhores grupos de forcados, todos os da primeira linha e outros com quem sempre me dei bem e que merecem oportunidades. Vamos aguardar mais uns dias, depois direi tudo.
Foto M. Alvarenga