Miguel Alvarenga - Por mais importantes que sejam e são, nem sempre as orelhas são tudo: Francisco Palha (foto da esquerda) deu esta tarde a imagam da decepção que lha ia na alma quando se sentou no estribo da Monumental de Madrid, desolado, por haver falhado na hora de matar e ter perdido as merecidíssimas orelhas que lhe teriam valido hoje a saída em ombros de Las Ventas na tarde do seu debute e da confirmação da sua alternativa.
O cavaleiro português teve, contudo, uma digníssima passagem pela primeira arena do mundo, lidando primorosamente os seus dois toiros, com uma constância, uma postura e uma verdade invejáveis. Há que louvar isso e "dizer" a Francisco Palha que melhor era imposssível. Brilhante não foi. Brilhante era ter cortado as orelhas e ter saído em ombros. Mas foi fantástico. Esteve ao nível do que se lhe exigia, honrando com todos os pegaminhos a sua condição., indiscutível, de toureiro a caminho de ser Figura. Um honrosa presença em Las Ventas.
Diego Ventura (foto de cima) saíu pela 10ª vez em ombros pela "porta grande" - uma glória num palmarés inigualável. Está no seu momento "cumbre". Curiosamente, este é o mesmo toureiro que Portugal assobiava. Extraordinário, não é? Cortou duas orelhas no primeiro toiro e foi aplaudido no segundo, ilidável.
Pablo Hermoso de Mendoza (foto de baixo) "bailou" esta tarde com as "mais feias" da "sala". Enfrentou os dois piores toiros do lote. Obteve uma orelha no primeiro e foi aplaudido no segundo. Tal como Palha, merecia mais, mas esta arte tem destas coisas. E as orelhas não são tudo, afinal.
Seis toiros de Los Espartales sem casta, sem bravura, sem transmissão, mansos na generalidade. Uma pena. Praça esgotada. "Mexeu" com a Isidrada, mas pedia-se e esperava-se mais...
Fotos Javier Arroyo/aplausos.es e www.pablohermoso.com/"Farpas"