

O olhar azul, sereno e profundo esconde
a timidez de um homem do campo e é no campo que com facilidade o encontramos,
entre os toiros e os cavalos, abraçado à imensa planície carregada de gado. Só
num lugar assim poderíamos estar à conversa com o cavaleiro João Moura Caetano.
Um homem de convicções.
Quem não o conhece não sabe a imensidão
da sua alma e a sua verdadeira maneira de ser. É complexo e simultaneamente
simples nos gestos, nas palavras e no orgulhoso sotaque arrastado. Quem o
conhece sabe onde o encontrar todos os dias, sabe que é na Herdade das Esquilas
que tem um dos seus bens mais precisos: os seus cavalos e toda a logística da
Casa Caetano.
Numa altura de grandes desafios, como
Madrid (próximo domingo, 10 de Junho) e Badajoz (dia 22) e com uma temporada
marcada por corridas importantes, estivemos à conversa com este cavaleiro de
Dinastia, um homem sóbrio, tímido e discreto.
Não gosta de multidões, dificilmente sai
das suas herdades, gosta de ir ao cinema a Badajoz, gosta de gente simples,
gosta de filmes de terror, adora gelados e não conseguiria viver sem o toureio
e sem a caça às lebres. Os galgos são a sua outra paixão.
Ele é sem dúvida um excelente
profissional, grande ser humano e um excelente conversador!
E foi na Herdade das Esquilas que
falámos com João Moura Caetano: numa conversa franca e transparente. Como ele
faz sempre questão de ser!
Entrevista de Leonor Barradas
e Sérgio
Batista (fotos)
- João o caminho faz-se caminhando, como
defines o rumo que a tua carreira tem tomado?
- Tem sido uma carreira baseada numa
aprendizagem técnica muito forte com o meu pai, porque deste muito pequeno
comecei a ir às corridas e a acompanhá-lo.
Ele sempre foi um toureiro que toureou
muito e eu desde o início que aprecio e reconheço a arte dele e a dos outros
colegas, porque o meu pai ao longo da sua carreira e até agora sempre
acompanhou a grandes figuras. Como tal, tem sido uma carreira sempre, penso eu,
a subir, até porque tem que se subir degrau a degrau, com calma e sustentado
nestas bases técnicas que eu acho fundamentais para se ser uma figura.
- Sei que já te fizeram esta pergunta
muitas vezes, e tu também já o referiste na resposta anterior. O facto de seres
filho de um grande maestro do toureio, Paulo Caetano, condiciona a forma como
encaras esta profissão? Se assim não fosse pensarias da mesma forma?
- Claro que condiciona no aspecto
positivo porque ser filho de uma grande figura que sempre viveu muito a profissão
e foi e é um grande toureiro, transmite-me uma noção de seriedade muito
vincada. Sempre aprendi o quanto é importante levar esta profissão muito a
sério, porque só com seriedade é que é possível andar com classe e com
dignidade. É difícil pensar de outra forma porque fui educado assim.
- Mas tu tens noção que apesar das
semelhanças, tens um estilo muito próprio?
- Nunca tive como ambição imitar o meu
pai em praça. Contudo há certas pessoas que dizem que nos parecemos, o que é
normal porque eu aprendi com ele e a verdade é que a base fundamental do meu
toureio é a base que assenta no toureio do meu pai. Passa pela verdade do
toureio, pelo ir de frente, devagar, templar os toiros e principalmente a
emoção no momento do ferro. Por isso acho que estes são padrões que se
assemelham entre um e outro. Depois, é normal a personalidade de um ser
diferente da do outro. Aprendi com ele o mais importante, que são os valores.
- Houve uma evolução clara e positiva no
teu toureio nos últimos anos. Como defines essa evolução?
- Os toureiros, como em outra qualquer
profissão, precisam de tempo para pôr em prática tudo aquilo que sentem e tudo
aquilo que aprenderam. Quando se quer tudo muito rápido, como foi o meu caso
que comecei muito novo a tourear nas principais feiras e praças, eu sabia o que
queria fazer e tinha as bases técnicas para isso e o sentimento para isso, mas
a inexperiência na maior parte das vezes não deixava mostrar tudo o que queria.
Depois com o passar dos anos, com o tourear muito em Espanha, como foi o meu
caso, que toureei muitos toiros de diferentes ganadarias, algumas até pouco
conhecidas, deu-me uma certa maturidade e fez-me crescer enquanto profissional.
O meu talento e a forma como encaro hoje um toiro é resultado de toda essa
experiência. E cheguei a uma altura em que me sinto capaz de enfrentar qualquer
desafio.
- Isso significa que estás muito mais
exigente?
- Sim claro e também sei que as pessoas
exigem-me muito mais. Mas isso é exatamente aquilo que se procura. Quando se é
uma figura, há consciência que o público é exigente. Se eu também estou mais
exigente comigo mesmo, certamente que o público também está.
- João tens uma das melhores quadras de
cavalos de toureio em Portugal. Fala-me um pouco sobre eles.
- Graças a Deus conseguimos uma quadra
importante. Temos trabalhado muito e agora estamos a colher os frutos. Temos
nove cavalos do nosso ferro e mais dois cavalos que não o são, mas é uma quadra
muita completa que tem quatro cavalos de saída muito seguros, cinco cavalos de
bandarilhas também já experientes e que já tourearam em muitas praças. São
cavalos com vários estilos diferentes e que são muito importantes.
São cavalos que toureiam a
"quiebro", outros que toureiam mais por fora, alguns mais artistas,
outros que chegam ao público pelo seu espetáculo, em Espanha por exemplo com as
piruetas. Tenho um cavalo excepcional para matar que é o "Sete" e que
tem sido um pilar na minha carreira já há muitos anos, embora por vezes as
pessoas se esquecem dele porque é um cavalo que não vai tanto de frente para os
toiros, mas que tem sido um cavalo muito importante na sorte de matar, este
cavalo tem-me sido muito útil ao longo do meu percurso.
Por isso eu tenho de facto uma quadra
muito completa, felizmente acho que a estou a utilizar bem porque, por exemplo,
tanto o "Aramis" como o "Artista" são dois cavalos com
muito potencial e que podem ser craques, mas que têm que se saber levar
devagar, e eu acho que tenho conseguido sair neles só quando devo sair e
resguardá-los quando devo resguardar para que um dia consigam ser aquilo que
espero deles.
Falar da quadra é falar do
"Xispa", que é um cavalo que no ano passado teve uma temporada
excepcional, é um cavalo com um carácter fora de série e que dá a cara sempre,
é daqueles companheiros fiéis seja em que altura for. Este ano apareceu o "Temperamento",
que é um cavalo que, como o próprio nome indica, transmite muito ao público e
tem uma garra e um querer em praça que transmite e que pisa terrenos em que os
corações param.
Por tudo isso admito que tenho uma
quadra que me deixa muito satisfeito e que tenho trabalhado muito para que
esteja desta forma. Agora só me resta pedir sorte!
- É notória a boa relação que tens com a
tua quadrilha. É importante para ti este elo de ligação entre o cavaleiro, os
cavalos e a equipa?
- Acho que é uma ligação fundamental e
eu sempre disse isso mesmo quando comecei a tourear e na verdade agora só tenho
de agradecer a Deus porque se reuniram essas condições todas. A minha equipa é
perfeita e, para além de serem todos bons profissionais, penso que são
actualmente, no panorama tauromáquico, os melhores a trabalhar cada um na sua
área. Para além disso partilham comigo o dia-a-dia e compreendem-me como
ninguém, são amigos íntimos e partilham comigo os treinos, que julgo ser muito
importante, assim como conhecerem os cavalos todos e a minha maneira de estar e
de me sentir. O facto de estarmos muitas vezes todos juntos e a treinar e de
eles darem também a sua opinião, é fundamental e de certa forma isto também tem
contribuído para o meu êxito e para os meus triunfos.
- Está a chegar a corrida de Madrid.
Sabes que uma tarde dificilmente se repete, tanto no infortúnio como no
triunfo. Que Moura Caetano vamos ver no próximo domingo em Las Ventas?
- Olha, Leonor, as pessoas podem pensar
que não estou a sentir o que vou dizer, mas acredita que é verdade, mas tourear
em Madrid para mim vai ser igual a tourear por exemplo na Chamusca ou na
Azambuja, como toureei na semana passada. Porque se houve alguma coisa que me
fez reflectir depois daquilo que aconteceu o ano passado em Madrid foi a minha
maneira de pensar e de encarar o público, ou seja foi consciencializar-me de
forma mais madura que em cada tarde e em cada lugar, seja ele de que
importância for, a pessoa que paga o bilhete tem o direito de me ver a dar o
meu melhor. Seja em Madrid, seja numa praça desmontável, tenho que dar o meu
máximo e tenho que pensar que cada vez que me visto de toureiro é para dar
tudo. Acredita que eu vou dar o meu melhor, aliás como o faço em qualquer
corrida.
Só espero ter sorte e principalmente
poder desfrutar nessa tarde porque é a primeira praça mundial e estar presente
enche-me de orgulho e de satisfação, mas vou tentar estar o mais tranquilo
possível e viver a situação com serenidade, mas também com alegria. Claro que
vou procurar triunfar e se cortar orelhas será muito melhor, mas se não cortar
e tiver consciência que estive bem, é óptimo também, portanto vou tranquilo.
- Essa atitude também demonstra alguma
maturidade da tua parte?
- Sim, claro. Estou sereno e vou encarar
a corrida como outra qualquer tão ou mais importante como esta. E se por
ventura as coisas não correram tão bem, garanto ao público que não será por não
dar o meu melhor.
- Quem te conhece sabe que a corrida de
Badajoz é de extrema importância para ti e que vais tourear numa cidade e numa
praça de que gostas muito. O que é que esperas da corrida de Badajoz? E no que
pensas quando estás mais sózinho com o teu pensamento?
- Penso em triunfar! A praça de Badajoz
é uma praça mais do que importante, é uma praça de memórias. Desde que me
lembro de ser gente que ia às corridas com o meu avô Moura, com os meus pais e
com toda a família. Badajoz está muito próximo e sempre foi uma feira
importante, fundamentalmente uma feira de toureiros artistas, onde o público
vai para se divertir e para ver bom toureio. É importante para mim pela
proximidade e pelos cartéis, especialmente este ano.
Espero triunfar e vou também para
desfrutar e para fazer aquilo que sei, afinal treino para isso todos os dias.
Espero ter sorte a matar os toiros e que me caiba em sorte oponentes que me
deixem lidar o meu tipo de toureio. Acima de tudo vou ser o mesmo que sou
noutro lugar e não imitar ninguém, vou tourear à portuguesa, de frente, devagar
e com temple, que é assim que sinto.
- Mas para além do peso do cartel,
porque vais tourear com dois figurões da tauromaquia mundial, Pablo e Ventura,
mais ter a pressão do público, porque vais olhar para as bancadas e ver muita
gente que te conhece e que conheces?
- A Feira de Badajoz, quando teve ou
quando tem portugueses, gera sempre mais expectativa, porque o nosso público
gosta de ver o nosso país representado e tenho imenso orgulho de representar
Portugal numa feira tão importante.
Vai ser quase como tourear em Portugal,
vou ver muita gente conhecida e claro que é um grande orgulho estar ao lado do
Pablo e do Diego, simplesmente vou dar o meu máximo, vou arriscar o que tiver a
arriscar e vou tentar triunfar ao lado deles.
É também um momento importante para mim
porque Badajoz é uma das feiras onde nunca toureei e sempre quis tourear, aliás
já o tinha comentado muitas vezes com a minha quadrilha.
É, de facto, um sonho a concretizar-se
ainda por cima tourear com este cartel.
- Por falar em cartel. E o Pablo e o
Diego?
- Já toureei muito com o Diego, quando
comecei em Espanha e somos muito amigos, mas com o Pablo ainda nunca toureei.
Contudo vou encarar este desafio da mesma forma como estivesse a tourear com
outro grande toureiro como o meu pai ou o meu tio João António. É sempre um orgulho
estar ao lado deles, assim como do Pablo. Claro que tenho que arriscar para
justificar estar naquele cartel e sei que não há facilidades, mas com as
grandes figuras é mesmo isso que se espera e por isso mesmo é que são figuras.
Só espero realmente ser feliz dentro da praça, porque se isso acontecer sei que
todos os aficionados vão vibrar com a minha atuação.
- João, então eles que se preparem...
porque vais dar luta?
- Eu sei que eles dão luta. Mas eu
também vou dar luta, aliás vou dar tudo o que sempre dou e vou tentar triunfar
com a ilusão de sempre.
- Tens noção que és um toureiro
particular e que há muita gente que aprendeu a respeitar-te? Preocupa-te hoje o
que o público pensa de ti?
- Sim, sei que neste momento o público
vê em mim um toureiro mais "coajado", um toureiro mais importante e
claro que me preocupo em agradar sempre e esse pensar é uma atitude de alguém
que quer ser figura no mundo do toureio. Sei que sou um toureiro que desperto
vários sentimentos diferentes, mas eu também como aficionado sigo os toureiros
que não deixam ninguém indiferente. E o facto de ser um toureiro que desperto
emoções é porque não disfarço o que sinto nos momentos de fracasso. Para mim a
beleza da Festa é haver esses dois sentimentos que estão tão perto um do outro
e sei que não passo indiferente. Para mim a indiferença é aquilo que nunca
quero que sintam por mim. O toureio não pode ir estudado de casa, pode ser
muito treinado em casa, mas tem que ser espontâneo e tem muito da inspiração do
dia, do momento e do toiro.
- Tens consciência que és muito
transparente?
- Sim, para mim é importantíssimo não
estar em praça com uma "capa" a disfarçar o que sinto ou o que penso.
Tenho de estar em praça como sou. Feliz quando triunfo e obviamente triste
quando isso não acontece. Sei que o público que é aficionado de verdade e que
gosta do toureio emocionante e que reconhece o toureio de verdade, agradece
esse empenho, mas também essa mistura de sentimentos que traz um colorido
diferente.
- Sei que neste momento estás em excelente
forma física. Conta-nos um pouco do teu dia-a-dia, dos treinos, do desporto e
de toda a preparação física para a temporada.
- Desde o Inverno que andamos a montar
muito a cavalo e desde Fevereiro que comecei um programa de preparação física.
Todos os dias faço quilómetros a correr e isso dá-me uma maior segurança em
termos físicos, principalmente para tourear em Espanha, em que se tem que matar
os toiros e tourear a pé. Sinto-me em forma e pleno de confiança e só me resta
continuar a trabalhar para continuar assim até ao fim da temporada.
- Gostarias de tourear fora de Portugal
e Espanha ainda esta temporada?
- A verdade é que tenho conseguido
tourear nos sítios que sempre quis, como Sevilha, Madrid ou ter tirado a
alternativa em Lisboa, e agora vou a Badajoz, que é uma praça onde sempre quis
estar, não que seja a mais importante do mundo, mas é uma praça que tem muito
significado para mim e felizmente vou conseguir este ano. Sinceramente não
tenho muito o sonho americano, por enquanto não penso nisso, estou a falar por
exemplo do México, mas gostava de ir um dia à Califórnia, porque dizem que é
uma afición diferente e gostava de estar presente numa feira importante nesse
mesmo país, contudo não descarto um dia tourear na praça México, mas neste
momento estou mais focado em Portugal e Espanha.
- Fala-me de uma praça em que gostes
muito de tourear em Portugal e porquê?
- Eu sou muito de sensações. Há praças
que para mim são talismãs e onde nunca me lembro de estar mal e outras onde não
consigo quebrar o gelo. Mas o Campo Pequeno é uma praça única. E eu já toureei
quase no mundo inteiro, já estive em Nimes, Madrid, Sevilha, e noutras praças
muito importantes, mas nunca senti a sensação que sinto quando se triunfa no
Campo Pequeno.
Para mim é o ex-libris do toureio a
cavalo e é onde me sinto verdadeiramente bem. Aqui no nosso Alentejo, as praças
são todas importantes, mas a praça de Portalegre tem um significado especial,
até porque é a terra onde nasci e onde estudei durante a minha juventude e onde
me sinto bem.
Também gosto muito de Elvas e, na minha
opinião, esta é uma praça que está perfeita, em termos de dimensão da arena e
de dimensão das bancadas. Felizmente cada vez que vou a Elvas, e vou lá todos
os anos, triunfo sempre, gosto muito do público de Elvas. No Ribatejo gosto
muito da praça de Vila Franca, que muitos apelidam de dura, embora eu não pense
o mesmo, porque sempre fui muito acarinhado. Também gosto muito da Azambuja,
onde tenho alcançado triunfos importantes. A Norte gosto bastante das praças da
Nazaré e da Figueira da Foz, são para mim praças importantes e que fazem os
toureiros sentir-se a gosto.
Como vês, há uma panóplia de praças que
me acolhem com muito carinho e que me fazem entregar ainda com mais emoção e
vontade. Graças a Deus, são muitas, tanto a Norte como a Sul de nosso país.
- E diz-me uma praça onde nunca tenhas
toureado e que desejasses muito tourear e porquê?
- É difícil, porque já toureei em quase
todas, mas por exemplo nunca toureei em Almeirim ou Salvaterra de Magos e são
praças importantes e castiças no Ribatejo. Em Espanha, gostava de tourear em
Ronda, pela beleza da praça e pelo carisma da corrida.
- Como é que vês a tauromaquia em
Portugal neste momento? Acreditas que a crise separa o "trigo do
joio"?
- Eu acho que a crise é complicada, mas
temos de a combater, principalmente não estar sempre a falar dela. Depois,
todos temos que colaborar e ajudar a minimizar a situação. Esta é a verdade,
por muito dura que seja para algumas pessoas, e quando digo todos, são mesmo
todos, desde empresários, a toureiros, a bandarilheiros, e todos os outros
intervenientes. Mas também é muito importante que os donos das praças, tenham
consciência da realidade e cobrem rendas adequadas, porque se pedem quantias
exorbitantes, é óbvio que as empresas não o suportam. Com a colaboração e
alguma cedência, vamos conseguir manter as coisas equilibradas. E para isso é
preciso mantermo-nos unidos.
- Perguntava-te também sobre a questão
da separação "do trigo do joio", como estamos em crise acreditas que
só ficam os bons? Vai começar a haver uma escolha até por parte do público?
- Eu penso que há lugar para todos, eu
sempre fui um dos toureiros que defendeu e defende que há lugar para o
profissional que toureia quarenta corridas, como é o nosso caso, mas também há
lugar para a figura do toureiro com 30 anos de alternativa e certamente também
haverá lugar para os toureiros que queram tourear menos, toureiros que o façam
pela afición. Acho que para mim quanto mais toureiros desaparecem por causa da
crise é pior. Acho que nos devemos manter todos por cá e trabalhar todos unidos
e cada um com o seu estilo e com o seu pensar. Só com este colorido é que a
Festa faz sentido.
- E também há público para todos. Não
achas?
- Exactamente, e o público em Portugal é
muito generoso. É um público que gosta de ver tudo. Gosta de um toureio mais
sério, gosta de um toureio mais alegre, etc... Acho que existe público para
todos e espaço para todos. Só temos que nos unir e andar para a frente.
- Foste indiscutivelmente um dos triunfadores
da temporada passada. Fala-me das tuas expectativas, dos teus desejos enquanto
toureiro e das tuas ambições profissionais para 2012.
- Espero acima de tudo manter a
regularidade, que foi outra das coisas que consegui nestes últimos anos. Quero
fazer uma temporada com êxitos de Norte a Sul e em Espanha e manter um nível
bom de actuação ao longo do ano. E tenho o objetivo claro de manter a forma de
toda a quadra.
Quero continuar cheio de ilusão, e tenho
a certeza que assim será, claro que vão haver corridas melhores e outras
piores, mas é mesmo assim. Vou acreditar sempre. Quero ter uma temporada de bom
toureio. Toureio clássico e emocionante, que é assim que eu o sinto. Desejo que
o público vibre comigo e sinta o meu toureio. Quero continuar a despertar
sentimentos, sejam eles bons ou menos bons. Quero acima de tudo nunca passar
indiferente. Um desejo? Gostava de me encerrar com seis toiros numa praça que
tivesse significado para mim.
E já agora, e porque não?, voltar a ser
um dos triunfadores desta temporada.