A Associação de Tradições e Cultura Tauromáquica, liderada por Ricardo Dias Pinto e José do Carmo Reis (ex-Prótoiro), promotora de uma tourada em Cascais anunciada para 19 de Julho, emitiu ontem o comunicado que a seguir se transcreve na íntegra e onde se insurge, ainda que sem o especificar claramente, contra qualquer tipo de descontos/contribuições para a Federação Prótoiro, uma medida que foi unânimemente aprovada por todos e nomeadamente pela Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET) na última convenção das associações taurinas realizada recentemente em Alcochete. A posição da ATCT, que promete desde já gerar alguma polémica, é a de "cumprir escrupulosamernte todas as suas contribuições para com o Fundo de Assistência dos Toureiros Portugueses" e a de "não efectuar nenhum outro desconto ou contribuição para nenhuma outra entidade à qual não esteja legalmente obrigada". Eis o comunicado:
Face aos últimos desenvolvimentos e
aparentes imposições recentemente estabelecidas na Tauromaquia Portuguesa, cabe
à Associação de Tradições e Cultura Tauromáquica, esclarecer alguns pontos, por
forma a atingir o objectivo de transparência assumido, desde sempre, para os
seus Associados em particular, e para com todos os aficionados e Agentes da
Festa, no geral:
Em Portugal, tal como mencionado na
Constituição da República, e até na Convenção Europeia dos Direitos Humanos, a
liberdade de associação é um conceito legal que se caracteriza pelo direito que
aos homens é oferecido de escolherem com quem se pretendem associar, por forma
a cumprir um determinado objectivo. Importa, contudo, reter que, ninguém pode
ser obrigado a pertencer a uma associação, tal como, ninguém, pode ser coagido
por qualquer meio a permanecer nela.
Rejeitando a Associação de Tradições e
Cultura Tauromáquica admitir o seu trabalho como redundante, esvaziando,
simultaneamente, caso o fizéssemos, a própria Associação de conteúdo, uma vez
que também somos, quer se queira ou não, uma associação de defesa, promoção e
divulgação da Festa Brava, e recusando a ATCT integrar, por imposição, um
sistema "associativo" em pirâmide, tendendo ao corporativo, e que,
pela sua nula participação de aficionados, caminha a passos largos para presa
fácil dos grupos de pressão anti-taurinos, vimos esclarecer o seguinte, e
relativamente à corrida que a ATCT levará a cabo em Cascais no dia 19 de Julho
do presente ano:
a) A ATCT assume, e assumirá, sempre, as
suas obrigações e contribuições esperadas para a defesa da Festa Brava em
Portugal, desde que as mesmas se nos apresentem de forma consistente, válida, e
onde nos nasça da vontade e identificação com o projecto, ao invés da mera
imposição;
b) A ATCT cumprirá integralmente com as
suas obrigações para com a Associação Portuguesa de Empresários Taurinos, à
qual apresentará a sua candidatura como promotora de espectáculos;
c) A ATCT cumprirá escrupulosamente
todas as suas contribuições para com o Fundo de Assistência dos Toureiros
Portugueses, obra à qual reconhecemos todo o mérito e oportunidade;
d) A ATCT não efectuará nenhum outro
desconto, ou contribuição, para nenhuma outra entidade à qual não esteja
legalmente obrigada;
e) A ATCT encontra-se neste momento, a
travar a batalha que lhe foi imposta por forma a poder devolver aos aficionados
o direito de assistir a uma corrida de toiros em Cascais. É esse o nosso
objectivo, e não pretendemos, como será compreensível, afastar-nos do propósito
inicial nem tão pouco, abrir novas frentes de batalha. No entanto, todas as
tentativas de boicote, imposição, pressão, ou que possam consubstanciar um
entrave injustificado do direito á livre iniciativa empresarial, serão
tratadas, sem contemplações, em sede própria;
A bem da Festa Brava,
A Direcção da ATCT
Foto D.R.