segunda-feira, 27 de abril de 2015

Ricardo Chibanga foi ao Sobral apoiar futuro matador português

Ricardo Chibanga foi o 17º matador de toiros de Portugal e o primeiro negro
da História a celebrizar-se nas arenas. Recebeu a alternativa em Agosto de 1971
na Real Maestranza de Sevilha, apadrinhado pelo grande António Bienvenida
Chibanga nos seus tempos de ouro, de joelhos em terra, na Monumental de Madrid
Manuel Dias Gomes (ao meio), o futuro matador de toiros português, com
Tomás Campuzano (à esquerda, na foto), antigo matador e seu apoderado; e seu
Pai, José Luis Gomes, antigo cabo dos Forcados Amadores de Lisboa
O Maestro Ricardo Chibanga com a repórter fotográfica e nossa colaboradora
Maria João Mil-Homens
Ricardo Chibanga no sábado no Sobral, ladeado pelo novilheiro Joaquim Ribeiro
"Cuqui" e pelo bandarilheiro Ricardo Raimundo; e, na foto de baixo, com Fernando
Silva Marques, o apoderado dos Bastinhas


O emblemático e sempre recordado toureiro Ricardo Chibanga - primeiro matador de toiros negro da História, natural de Moçambique, amigo e conterrâneo do saudoso Eusébio, quem quem jogava à bola em miúdo - esteve no sábado na praça de Sobral de Monte Agraço para prestar o seu apoio ao futuro matador de Portugal, o jovem Manuel Dias Gomes, que nessa tarde se despedia como novilheiro da afición portuguesa e que no próximo dia 30 de Maio se torna o 40º matador de toiros de Portugal, tomando a alternativa na inauguração da praça francesa de Gamarde.
Ricardo Chibanga, nascido em 8 de Novembro de 1942 em Lourenço Marques (hoje Maputo), veio para Portugal nos anos 60 com o sonho de ser toureiro e recebeu desde a primeira hora o apoio e a ajuda do então empresário da praça do Campo Pequeno, o antigo matador Manuel dos Santos, bem como de Alfredo Ovelha, de Manolo Escudero, do embolador Fernando Pinheiro e dos bandarilheiros Manuel Barreto e José Tinoca, bem como de Patrício Cecílio, o mestre dos toureiros a pé da Golegã, onde ainda hoje Chibanga reside com a Mulher e a filha. Ricardo Chibanga foi o 17º matador português e recebeu a alternativa na Real Maestranza de Sevilha a 15 de Agosto de 1971, apadrinhado pelo grande António Bienvenida, com o testemunho de Rafael Torres, com toiros da ganadaria de António Perez Angoso, cortando uma orelha ao "Aldeano", o toiro do seu doutoramento. Confirmou a alternativa na Monumental de Madrid em 14 de Abril de 1974, dias antes da "revolução", apadrinhado por Sánchez Bejarano, com o testemunho de Gregório Lalanda, com toiros de Charco Blanco, voltando a tourear em Las Ventas já no final da sua carreira em 30 de Agosto de 1981. Foi ídolo das multidões em Portugal, Espanha e França.

Fotos D.R. e Maria João Mil-Homens