Em Maio deste ano, o antigo forcado João Salvação (foto ao lado), anterior cabo do Grupo de Forcados Amadores do Aposento do Barreto Verde de Alcochete, denunciou na sua página da rede social Facebook que um "conhecido empresário" exigira a um grupo de forcados que lhe pagassem 1.500 euros para pegar numa corrida no mês de Agosto numa praça por si gerida.
O escândalo deu muito brado na altura, mas depois e como é costume nestas coisas, apagou-se, caíu no esquecimento.
Em declarações ao "Farpas", em Maio, Salvação garantiu que assistiu ao telefonema do cabo de um grupo de forcados para o referido empresário (chamada efectuada em alta voz dentro de um automóvel onde também ia), que ouviu o empresário pedir-lhe os 1.500 euros como "moeda de troca" e que o mesmo confirmou que esse era "o preço usual" para os grupos de forcados participarem nas corridas nas suas praças.
Mais declarou João Salvação que imediatamente a seguir ao telefonema, falou para o presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados, José Fernando Potier, a dar conta de tão anómala situação e a denunciar quem fora o empresário envolvido. Até hoje, ninguém disse mais nada. Nadinha, mesmo...
O empresário... todo o mundo já sabe quem é. Mas não nos compete aqui denunciar, eles que se entendam. O grupo de forcados em questão, também toda a gente já referenciou. Resta perguntar: e porque continuam todos calados?
Resposta: dizem as más línguas que o dito empresário tinha uma avultada e choruda dívida à Federação Protoiro e que a pagou a correr, evitando desta feita que o seu nome e o caso do escândalo dos 1.500 euros viesse para a praça pública...
O silêncio pode ter-lhe custado caro. Mas sempre é melhor que a escandaleira...
E os mandões da Protoiro? Os empresários, os chefes dos forcados, os ganadeiros, essa gente toda, fica caladinha?... Não é escandaleira a mais? Não temos todos o direito de saber? Os forcados continuam a ser enganados pelos empresários (na maioria ex-forcados) e calam-se?
Fotos D.R. e Emílio de Jesus