É o caso de que se fala e está a agitar alguns sectores do meio taurino nacional. João Dinis fotografou em Almeirim sem ter actualizada a Carteira Profissional de Jornalista. Os companheiros "entraram em parafuso" e andam doidos para lhe "fazer a folha". Fomos saber o que aconteceu
O fotógrafo João Dinis, do site touroeouro.com, foi anteontem, domingo, identificado pela GNR na trincheira da Arena D'Almeirim depois de uma deníuncia anónima feita por telefone (quem falou identificou-se como sendo uma dirigente do Bloco de Esquerda...) para a corporação dando conta de que ele estava a exercer a profissão "ilegalmente" por não ter Carteira Profissional de Jornalista - um crime que incorre numa multa superior a mil euros para o "falso jornalista" e que pode chegar aos quinze mil para a empresa promotora do espectáculo que o credenciou, neste caso a Santa Casa da Misericórdia de Almeirim.
O incidente, de que algumas pessoas se terão apercebido enquanto decorria a corrida de reinauguração da praça de toiros de Almeirim, está a causar grande alvoroço no meio tauromáquico e sobretudo no meio dos repórteres fotográficos, onde Dinis não goza de grandes simpatias por parte dos companheiros.
"Isto não teria levantado a celeuma que está a levantar se eles, o Dinis e a Solange, não fossem tão odiados no meio taurino... mas como são, pelas posições que tomam constantemente contra tudo e contra todos, está todo o mundo desejoso de lhes fazer a folha, salvo seja...", diz-nos um conceituado repórter fotográfico que anteontem, por acaso, nem estava em Almeirm, mas sim na outra corrida que à mesma hora decorria no Cartaxo, mas a quem a informação deste incidente chegou "à velocidade do som".
Na verdade e consultando o site da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), os nomes da directora do site touroeouro.com, Solange Pinto e do seu repórter fotográfico João Dinis, não constam entre os portadores da Carteira Profissional.
João Dinis tinha anteontem ao peito em Almeirim uma senha de acesso à trincheira que o identificava como "promotor" (que não era) e não como membro da Comunicação Social. O director da corrida Marco Cardoso, antigo forcado do Grupo do Aposento da Moita, um dos novos delegados técnicos aprovados no recente concurso da IGAC, terá mesmo intercedido em defesa de Dinis, informando o agente de autoridade que o identificou de que ele tinha senha que o autorizava a permanecer na trincheira.
Hoje mesmo, o site touroeouro.com enviou um e-mail a Paulo Pessoa de Carvalho, presidente da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET) e membro da organização da corrida de toiros do próximo sábado em Montemor-o-Novo, solicitando a creditação de Solange Pinto e João Dinis para fazerem a cobertura desse espectáculo.
O e-mail não referenciava os números das Carteiras Profissionais de Jornalista de ambos e o presidente da APET emviou na volta a informação ao site de que só passaria as credenciais com o conhecimento desses dados e também do prazo de validade das respectivas carteiras. O que pode vir a repetir-se em outras praças em próximos espectáculos.
Solange e Dinis perderam o direito à Carteira de Jornalista apenas e só pelo facto de não a terem revalidado (a revalidação é feita de dois em dois anos), mas isso não impede que o venham a fazer e a voltem a ter. Mas também não anula, desde já, o incumprimento da lei verificado no último domingo em Almeirim.
Contactada pelo "Farpas", a directora do site touroeouro.com, Solange Pinto, confirmou que "as Carteiras não foram, de facto, revalidadas, mas isso não quer dizer que as não tenhamos. Houve negligência da nossa parte em não ter revalidado o documento a tempo e horas, mas vamos fazê-lo e não entendo o porquê de tanto alvoroço com isto", disse.
Foto D.R./@Solange Pinto/Facebook
