Mais logo, depois das 20h00, não perca aqui no "Farpas" a detalhada e sempre contundente análise de Miguel Alvarenga ao ano de todos os perigos, que é como quem diz, à atípica e mais estranha de todas as temporadas tauromáquicas - que ficou marcada nas semanas que a antecederam por actos de protestos (como este, na foto de baixo, dos toureiros acorrentados à porta do Campo Pequeno a 2 de Junho) contra o que se considerava ser a posição discriminatória assumida pelo Governo de António Costa contra o sector e contra, também, os receios que a chegada de Álvaro Covões à gestão da empresa da primeira praça de toiros do país parecia constituir em termos de futuro para a Festa na capital.
E que ficou marcada também com aquele histórico acto de afirmação dos toureiros quando no final do festival do Dia da Tauromaquia (29 de Fevereiro) deram uma célebre volta à arena do Campo Pequeno exibindo um cartaz onde lembravam que aquela era - e afinal continuou a ser, felizmente - "a nossa casa" (foto de cima).
Afinal tudo se recompôs - o Governo rapidamente deu luz verde à realização das touradas (que acabaram por ser o único espectáculo cultural que se realizou no ano da pandemia) e Álvaro Covões promoveu um concurso para que se continuassem a realizar corridas na Catedral. Não temos como nos queixar.
O empresário Luis Miguel Pombeiro deu, corajosamente, o grande pontapé de partida ao anunciar para 11 de Julho em Estremoz a primeira corrida de toiros a nível mundial depois do desconfiamento e acabou ele próprio por ser o gestor taurino da primeira praça do país e o grande herói da temporada.
Acabou por haver touradas - quase 50 - e apesar de todas as restrições impostas pelas novas regras da "nova normalidade", a temporada foi marcante em todos os aspectos. Triunfaram os maiores, mantiveram as suas posições os toureiros que já lideravam, destacaram-se os melhores grupos de forcados e o público aficionado deu uma lição tremenda de civismo e de respeito pelo cumprimento integral de todas as "diferenças" aqui vieram mudar as nossas vidas - e consequentemente também o formato da realização das touradas.
A pandemia está para durar e tudo leva a crer que os primeiros meses do próximo ano mantenham o formato da realização dos espectáculos tauromáquicos tal como eles decorreram neste ano de todos os perigos.
"Houve, pelo menos, vantagens que confirmam que, na realidade, há mesmo males que vêm por bem. Houve menos corridas, as suficientes. Havia corridas a mais, já o digo há muitos anos. As corridas deixaram de ter aquela duração infindável que tinham, com o desaparecimento das pomposas cortesias, dos intervalos e das tantas vezes injustificadas voltas à arena. E as trincheiras deixaram de parecer o Metropolitano de Lisboa em hora de ponta, só lá esteve quem fazia falta" - afirma Miguel Alvarenga na análise (não propriamente um exaustivo balanço como os que são habituais no final de cada temporada), que vai aqui poder ler mais logo.
Mais logo, depois das 20h00, fique por aqui. E leia a análise por que todos esperam.
Fotos M. Alvarenga e PróToiro