sábado, 2 de janeiro de 2021

Luis M. Pombeiro em grande entrevista ao site "Infocul": "É mais cansativo combater os idiotas do que a pandemia"


Numa grande entrevista a Rui Lavrador no site "Infocul", o empresário Luis Miguel Pombeiro considera que o balanço do ano 2020, em termos tauromáquicos, "é positivo em certos aspectos, mas na maioria é negativo", lembrando que "não fomos os mais prejudicados, mas fomos bastante prejudicados porque a maioria das praças não abriram”. De 230/240 corridas passámos para 48/50 corridas".


"Felizmente conseguimos arrancar, muito por culpa minha. E a verdade é que conseguimos fazer uma mini-temporada que acabou por ser boa, dentro das condicionantes que tivemos", acrescentou. "A minha função era arrancar para não deixar morrer a causa. É uma arte que para existir precisa de ter continuidade", frisa o empresário.


Concretamente e sobre a temporada no Campo Pequeno, onde se estreou em 2020 como gestor taurino, considera: "Eu como aficionado, acho que o Campo Pequeno cumpriu o seu dever, deu corridas. Depois de um inverno inteiro cheio de notícias de que não haveriam corridas no Campo Pequeno e que os novos donos do Campo Pequeno 'isto, aquilo e não sei o quê' e a inventarem uma série de situações, porque na tauromaquia como noutras áreas da cultura quando não se sabe inventa-se…".


"Como aficionado, preencheu-me", reforçou, detalhando que "dei uma corrida mista, em seis espectáculos. E não me venham com coisas, porque quando eu quis dar a Feira de Outubro todos fugiram e ninguém quis. Tive dois ou três que ficaram do meu lado. Uns disseram que já era fora de época, outros já tinham os cavalos desferrados, outros tinham as celas untadas".


Pombeiro considera que "foi a temporada possível. No início faltaram uns, no fim faltaram outros. Não houve hipótese de trazer figuras estrangeiras. Sejam luso-descendentes ou não. Não houve hipótese".


O empresário reconhece que "foi o ano mais difícil" e confessa que "não ganhei dinheiro", antes pelo contrário, "perdi dinheiro". E diz: "Se não fosse um homem de fé não tinha aceite este desafio (Campo Pequeno)".


Sobre o facto de não ter esgotado a lotação permitida do Campo Pequeno por uma única vez esta temporada, considerou: "Dou a desculpa da pandemia. Porque não quero crer que não temos aficionados suficientes para encher o Campo Pequeno".


"Acredito que tenha sido a pandemia, o não haver turistas, o não haver emigrantes, não haver venda de bebidas alcoólicas à noite. Uma série de factores", acrescentou.


Sobre os anti-taurinos, diz Pombeiro: "Gosto de ser atacado por pessoas cultas, que saibam daquilo que estão a falar. Aqueles que nos atacam são ignorantes, populistas, do populismo mais reles e vil que há", acrescentando que "atacam-nos muito com mentiras e fake news e os canais generalistas vão muito atrás dessa infantilidade" e considerando que "além da pandemia temos de combater os idiotas. E combater os idiotas é a coisa mais cansativa que há. É mais cansativo combater os idiotas do que a pandemia".


Sobre a parceria que acaba de fazer com o empresário/produtor francês Simón Casas, Luis Miguel Pombeiro revelou que dessa união pode resultar, entre outros factores que serão importantes para a tauromaquia portuguesa, o regresso das corridas de toiros com cavaleiros e forcados a praças de França.


Leia a entrevista completa em infocul.pt


Foto M. Alvarenga