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| O novilheiro Duarte Silva e o cavaleiro Diogo Oliveira foram os eleitos pelo júri para passar à final. A empresa decidiu conceder também à cavaleira amadora Mariana Avó (ao meio), que se estreou em público, a oportunidade de também tourear no próximo sábado, dando continuidade ao seu sonho |
Miguel Alvarenga - A segunda eliminatória do ciclo de novilhadas em boa hora promovido na Azambuja pela empresa Ovação e Palmas (assim se promove a Festa!) com o louvável apoio da Câmara Municipal e da Associação Poisada do Campino, realizada na tarde de sábado, teve ainda mais público do que a primeira e voltou a constituir uma importante jornada de apoio (e garantia) ao futuro da Festa de Toiros. Aplausos, antes de mais, para Luis Miguel Pombeiro, pela brilhante iniciativa - que teve, como terá a final do próximo sábado, preços populares e acessíveis para todos (10 euros para a sombra, 7,5 para o sol).
Abriu praça o jovem cavaleiro Diogo Oliveira, que prestou provas para praticante - passando com nota alta e frente a um encostado e sério novilho de Veiga Teixeira que tinha a marca da séria ganadaria. Um novilho que pediu contas, que "meteu mudanças" e que exigiu, dando emoção e transmitindo. Diogo confiou-se em demasia num ou noutro momento e sofreu alguns toques, mas superou as dificuldades impostas por um "toiro" dos de verdade e levou a água ao seu moinho com uma lide desenvolta e em que teve a preocupação de ir recto à cara do oponente, rematando os bons ferros que cravou com o temple dos eleitos. É um excelente equador, exímio praticante da disciplina de Equitação de Trabalho, e só isso é desde logo meio caminho andado para poder brilhar na carreira que quer abraçar nas arenas. Excelente esta sua prova para cavaleiro praticante.
A jovem Mariana Avó, neta do proprietário da conhecida ganadaria Casa Agrícola Avó, pupila do cavaleiro Paulo Jorge Santos, fazia nesta tarde a sua primeira apresentação em público - e foi uma agradável surpresa, demonstrando ter bases, ter raça e uma intuição rara. Bregou bem, destacou-se em temerárias entradas de frente e a vencer o piton contrário, cravou ferros emotivos e rematou-os com bonitos adornos. Tem classe e sabe o que faz. Para estreia, foi notável. Lidou um novilho de apresentação q.b., de boa qualidade e sem dificuldades, da ganadaria do Dr. António Raul Brito Paes.
Nas pegas voltaram a estar os Amadores de Azambuja, sob o comando de Nuno Matos, que tiveram de novo uma tarde de sucesso com duas valentes "caras" ao primeiro intento, sobretudo a primeira, ao sério novilho de Veiga Teixeira, por intermédio de João Marramaque - que brindou à deputada azambujense Vera Braz, do PS, que honrou a Tauromaquia com a sua presença neste festejo.
O forcado esteve toureiro a citar, templando a investida e fechando-se com decisão, destacando-se a forma coesa com que todo o grupo ajudou à concretização da pega. Refira-se, a título de curiosidade, que este mesmo novilho voltou depois a sair à arena no final da novilhada para um treino à porta fechada dos Forcados de Alenquer, lesionando e mandando para o hospital (felizmente sem lesões de muita gravidade) três elementos desse grupo.
A segunda pega, brindada à equipa médica que desinteressadamente prestou serviços nestas novilhadas e que é liderada pelo Dr. Carlos Martins, foi também consumada à primeira - e bem - pelo forcado Daniel Leiria. Nota alta para o Grupo de Azambuja nestas duas novilhadas.
Nas lides a pé, disputaram esta segunda eliminatória os valorosos novilheiros praticantes Sérgio Nunes (antigo aluno da desaparecida Academia do Campo Pequeno, hoje na Escola de Madrid) e Duarte Silva (pupilo dos matadores Vitor Mendes e António João Ferreira na Escola "José Falcão" de Vila Franca), chegados recentemente do México onde participaram honrosamente e com imenso brio no ciclo internacional de novilhadas CART.
Sérgio Nunes, que foi algo prejudicado pelo vento no tércio de muleta, toureou com empenho e atitude, fazendo jus da sua arte e do seu sentimento, um belíssimo e nobre novilho da ganadaria do Engº Jorge de Carvalho (que já nessa manhã tivera um triunfo com outro grande novilho na Moita), divisa que está num grande momento. Recebeu-o com duas "largas afaroladas" de joelhos em terra e depois por cingidas "verónicas", voltando à arena depois de um brilhante quite de Duarte Silva para lhe responder e dar a animação de outros tempos ao tércio de capote, com notável "picardia" entre os dois. A Festa preciso disto.
O novilho foi superiormente bandarilhado por Miguel Maltinha, com dois grandes e poderosos pares e por Luis Silva, que cravou outro grande par de bandarilhas.
Com a muleta, Sérgio Nunes esteve toureiro e encastado, deixando sobretudo bonitas e bem rematadas séries de "derechazos", impondo-se ao novilho com raça e com arte. No final, a ganadeira Raquel de Carvalho foi merecidamente chamada à arena, fazendo-se acompanhar dos seus dois filhos, netos do Engº Jorge de Carvalho.
A terminar a novilhada, toureou o valoroso e portentoso Duarte Silva, um lutador e um dominador, jovem toureiro de excelentes faculdades, um "todo-o-terreno" na linha de toureiros como Vitor Mendes, como António Ferrera e outros mais, salvaguardando-se, obviamente, as distâncias.
Enfrentou outro grande novilho da ganadaria Varela Crujo, cujo comportamento, no final, foi também justamente premiado com a ida do representante da divisa à arena. Duarte Silva recebeu-o de joelhos, com uma valente "larga afarolada" à porta da gaiola, ficando desde logo com o público no bolso. Variado e artista no tércio de capote, destacou-se depois com três poderosos pares de bandarilhas, arte em que é brilhante. Seu irmão Cláudio Miguel esteve enorme, como sempre, a lidar de capote.
Brindou a faena de muleta ao companheiro Sérgio Nunes (que brindara a sua ao empresário Pombeiro) e esteve artista e mandão, pondo os pontos nos iis e arrimando-se que nem um leão. Faena templada e de bom gosto pelos dois lados, com o único senão de a ter prolongado em demasia... mas entende-se a raça e a garra, sobretudo a vontade, que estes jovens têm de mostrar o que valem nas escassas oportunidades que têm, acabando por querer mais e mais e perdendo às vezes a noção do tempo. Mas esteve o Duarte muito bem.
A novilhada foi muito bem dirigida pelo competente Marco Cardoso, que esteve assessorado pelo médico veterinário José Luis Cruz.
No final, todos os artistas, ganadeiros (que ofereceram os seus novilhos para este ciclo) e os campinos foram à arena receber as lembranças e as homenagens do Município de Azambuja e da Poisada do Campino. Um final de festa bonito a culminar as duas eliminatórias que foram, insisto, importantes jornadas de promoção da Festa - e já com todos de olhos postos na grande final que se vai realizar no próximo sábado, dia 29.
Desta vez e por ausência do Dr. Vasco Lucas (que esteve nessa tarde na Moita e integrara o júri da primeira eliminatória), coube-me a mim decidir, em parceria com o meu companheiro António Lúcio e com o "eterno novilheiro" azambujense Carlos Pimentel, quais os toureiros (um cavaleiro e um novilheiro) que passariam à final, formando agora cartel no sábado com os apurados da primeira vez, o novilheiro João D'Alva e o cavaleiro amador Lourenço Malheiro.
É sempre "desagradável" assumir um papel destes, mas só podem vencer dois dos quatro "candidatos" e a nossa decisão foi unânime: passam à final o cavaleiro Diogo Oliveira e o novilheiro Duarte Silva.
Por decisão justíssima - assim se promove a Festa, repito - da empresa e com a concordância e a colaboração do ganadeiro Pedro Canas Vigouroux (a quem pertencem os novilhos da final do próximo sábado, tendo oferecido mais um), foi também dada à jovem cavaleira amadora Mariana Avó a oportunidade de dar seguimento ao seu sonho, depois desta primeira apresentação em público, participando igualmente na final do próximo sábado.
E em vésperas de inaugurar a temporada no Campo Pequeno, ovações e palmas para o empresário Luis Miguel Pombeiro, aficionado e empreendedor na luta pela garantia do futuro da nossa Tauromaquia - como o demonstram estas novilhadas de oportunidade aos novos que levou a cabo na Azambuja e que terão já no sábado a grande final.
Fotos M. Alvarenga
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| Brilhante e aplaudida prova para cavaleiro praticante de Diogo Oliveira frente a um sério e encastado novilho de Veiga Teixeira, que foi exigente e pediu contas |
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| Tem raça e sentimento, tem bases e sabe o que faz: auspiciosa estreia em público da jovem cavaleira amadora Mariana Avó, nova estrela do toureio a cavalo em versão feminina |
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| A grande e valorosa pega de João Marramaque, dos Amadores de Azambuja (em mais uma tarde de êxito) ao sério e exigente novilho da ganadaria Veiga Teixeira |
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| A segunda pega foi também consumada à primeira, com raça e decisão, pelo forcado Daniel Leiria, ao novilho de Brito Paes |
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| Arte e valor na faena de Sérgio Nunes ao grande novilho do Engº Jorge de Carvalho, premiado com a ida à arena de sua filha Raquel e seu netos |
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| Dois grandes pares de bandarilhas de Miguel Maltinha e um muito bom também de Luis Silva ao novilho de Jorge de Carvalho. Em grande a quadrilha de Sérgio Nunes! |
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| Valor, valor, valor! Momentos da grande e premiada actuação de Duarte Silva, enorme nos três tércios, a um belíssimo novilho da Varela Crujo, também louvado com a merecida chamada à arena do jovem representante da ganadaria |
