Miguel Alvarenga - E pronto, amigos meus, estou de volta, após quase dois dias de ausência e a encher-me agora de coragem (bem preciso!) para amanhã às nove horas da manhã ir finalmente (acabaram-se as fitas...), "obrigado" pela minha filha Maria Ana, levar então a vacinazinha contra a praga dos chineses...
Estou de volta depois de cerca de 1.600 quilómetros de estrada e de dois espectáculos tauromáquicos. Depois da louvável novilhada de sábado na Azambuja (assim se promove a Festa e Pombeiro está por isso de parabéns), rumei 800 quilómetros acima até Cantalejo, ao lado de Segóvia, onde ontem a tarde assisti à corrida de rejoneio em que abriu a temporada o cavaleiro João Moura Caetano (toureou divinalmente o primeiro toiro, mas matou mal e perdeu as orelhas), triunfando como toureiro e como ganadeiro (três toiros da ganadaria Irmãos Moura Caetano aplaudidos no arraste!) e em que teve tarde apoteótica Guillermo Hermoso de Mendoza (quatro orelhas), que progrediu de forma incrível e deixou de uma vez por todas de ser "o filho de Pablo Hermoso" para ser agora uma novíssima figura do rejoneio. Actuou ainda a francesa Lea Vicens, que lidou muito bem o seu segundo toiro e obteve (exageradamente) duas orelhas.
Equipa fantástica e super agradável a que me acompanhou a Cantalejo - Luis Miguel Pombeiro, João Anão Madureira e o portentoso e genial bandarilheiro e amigo Joaquim Oliveira, membro da quadrilha de Lea Vicens -, onde, além do mais, vivi o histórico momento de ser a primeira vez que viajei até terras de Espanha desde que em Março do ano passado estalou a maldita pandemia no mundo. Já era tempo de beber umas cañas e saborear uma tapas.
Chegado a Lisboa às quatro da manhã, vou agora preparar-me para aqui passar em revista o que aconteceu no sábado na Moita e na Azambuja (já a seguir), para depois vos contar e mostrar todas as fotos da jornada de ontem em Cantalejo.
De que aqui deixo uma pequena e curiosa amostra: depois do almoço num fantástico hotel daquela bonita localidade espanhola, apareceu-nos um amigo com um lobo pela trela. Um lobo mesmo. O homem tem bisontes e lobos, faz reportagens com os animais para a "National Geographic" e, sabendo que os toureiros estavam naquele hotel, quis fazer-nos a surpresa de ali ir com um lobo.
Perguntou quem era o rejoneador e Moura Caetano acusou-se. "Venha tirar uma foto com o lobo", desafiou o dono. E o João foi... com as devidas distâncias... (foto de cima) Mas quem não teme um toiro, também não se aflige com um lobo...
Aliás, foi nesse aspecto um fim-de-semana alucinante e deveras curioso. Ontem, de noite, no regresso a Portugal e logo à saída de Cantalejo, saltou um veado à estrada e causou alguns estragos no automóvel do nosso Pombeiro, além do susto que nos pregou com o embate. Na véspera, já um outro veado nos saltara à frente do carro na estrada. E na área de serviço de Fuentes de Oñoro, apareceu uma raposa... Houve de tudo um pouco!
Fiquem por aqui. Vamos actualizar tudo durante o dia de hoje. Até já.
Fotos M. Alvarenga e D.R.
Ontem em Cantalejo (Segóvia) com Guillermo Hermoso de Mendoza e João Moura Caetano |
Sábado à tarde na novilhada da Azambuja... |
... e ontem à tarde, 800 quilómetros depois, na praça espanhola de Cantalejo, que foi inaugurada em 1991 com uma corrida em que actuou Pedrito de Portugal |