Foi uma tarde histórica e deixou no ar um renascer de esperança de que o Toureio a Cavalo pode ter mais um ídolo consistente. Duarte Pinto lidou em sexto lugar um toiro bravo de Ernesto de Castro que transmitia e podia destapar qualquer toureiro. O jovem cavaleiro, filho do veterano Maestro Emídio Pinto, deu-lhe todas as vantagens, impôs o seu toureio de emoção, mandando em toda a lide e em todos os ferros. O toiro foi premiado com volta à arena, o ganadeiro foi chamado à praça e o cavaleiro foi saudado com euforia pelo público aos gritos de "toureiro! toureiro!".
Um triunfo apoteótico de Duarte Pinto, a deixar antever uma grande noite de toiros na próxima quinta-feira em Lisboa, onde ombreará com Rui Salvador e Luis Rouxinol lidando pela primeira vez dois toiros no Campo Pequeno - da poderosa ganadaria de António Silva.
Acertámos em cheio quando esta semana aqui escrevemos que chegara a hora de Duarte Pinto. Chegou mesmo!
Lamentável, apenas, a falta de público esta tarde nas bancadas da Monumental de Santarém - mas não se pode esquecer que à mesma hora decorria um espectáculo musical no recinto ao lado da praça, com transmissão em directo na TVI... As bancadas da praça "Celestino Graça" registaram um quarto de entrada. Mas valeu a pena para quem esteve assistir à memorável actuação de Duarte Pinto - numa tarde em que António Ribeiro Telles deu lição no quarto da ordem, um toiro nada fácil a que impôs a sua maestria; e em que João Ribeiro Telles demonstrou também a constância do seu muito valor. Os toiros de Castro não foram fáceis.
Brilhante esteve também o Grupo de Forcados de Santarém, denotando grande coesão e excelente momento. Pegas a cargo de João Brito (à primeira), João Imaginário (à primeira), Luis Sepúlveda (à terceira), António Grave de Jesus (à primeira), João Goes (à segunda) e João Vaz Freire (à primeira).
A corrida foi bem dirigida por Pedro Reinhardt e pelo candidato Rogério Jóia na segunda parte.
Fotos Pedro Batalha