quarta-feira, 22 de abril de 2015

Mau tempo no canal...

Feira de S. João, que em Junho decorre na Monumental da Ilha Terceira, está este
ano envolta em grande polémica




O anúncio dos três cartéis da próxima Feira de São João (vulgo Sanjoaninas) em Junho na Ilha Terceira - apresentados oficialmente na passada semana - está a gerar revolta e indignação entre a afición local e fez nascer na rede social "Facebook" o Movimento "Basta", que se opõe aos mesmo e já recolheu mais de duzentas assinaturas (foto da esquerda) num documento que na próxima sexta-feira entregará aos organizadores do ciclo, a Tertúlia Tauromáquica Terceirense e a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
O protesto contra os elencos das Sanjoaninas veio ontem a lume no jornal "Diário Insular" (foto da direita), que deu a conhecer a existência do Movimento "Basta" - que se bate sobretudo pelo que considera uma "fraca aposta no produto nacional", acusando os organizadores da feira de "terem deixado no campo toiros com trapio de ganadarias locais e de terem apostado sobretudo na contratação de toiros continentais e até espanhóis, em detrimento dos nossos valores".
A primeira corrida das Sanjoaninas, a 21 de Junho, reúne os cavaleiros continentais Luis Rouxinol, Vitor Ribeiro e Gilberto Filipe e também os três cavaleiros da Terceira, os irmãos Tiago e João Pamplona e Rui Lopes que, segundo o Movimento "Basta", "vão tourear um só toiro cada, mas receber o cachet como se toureassem dois, para não ficarem de fora". Lida-se um toiro da ganadaria espanhola Miura - que terá custado 7 mil euros, acusa o Movimento "Basta" - e também um de Jandilla, dois das ganadarias continentais de Vinhas e de Ascensão Coimbra e dois das ganadarias açoreanas de Rego Botelho e João Gaspar (ex-Irmãos Toste); na segunda corrida, dia 24, toureiam Rouxinol, Ribeiro e Gilberto Filipe e os toiros são de Vinhas, Rego Botelho e Ascensão Coimbra (dois de cada); por fim, dia 28 tem lugar a tradicional corrida de matadores, que este ano apresenta os espanhóis António Ferrera e Diego Urdiales e o francês Juan Leal (que ali triunfou no ano passado), com a particularidade de este ano não poder ser denominada como "corrida de toiros", porque se lidarão novilhos de três anos das ganadarias Jandilla e Rego Botelho (três de cada divisa) e o novo Regulamento obrigar a que numa corrida se lidem toiros de quatro anos. Nos cartazes, o festejo está anunciado como "Grandioso Espectáculo" e não como corrida de toiros. "Uma vergonha", acusa o Movimento "Basta", lamentando que "toureiros da categoria destes venham à Ilha Terceira tourear... uma novilhada".
"A única maneira de nos manifestarmos é deixar as bancadas da Monumental da Ilha Terceira despidas", defende o Movimento "Basta", que no seu documento apela "aos aficionados e aos emigrantes que defendam o que é nosso, faltando às duas corridas e à novilhada apeada. Façam justiça a defender o produto da Terceira e o nosso toiro bravo".
Arlindo Teles, presidente da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, membro da Federação Prótoiro e organizador da Feira Taurina de S. João, reagiu no "Diário Insular" aos protestos dos aficionados terceirenses, minimizando a questão e afirmando que "só não faz parte do cartel das Sanjoaninas quem não quis".

Fotos D.R.