O cavaleiro Joaquim José Correia “Quim-Zé” morreu há 54 anos na arena do Campo Pequeno, colhido pelo toiro “Carvoeiro” da ganadaria Rio Frio, quando actuava no festival de beneficência que João de Castro ali organizava todos os anos a favor do Orfanato-Escola Santa Isabel. Cumpria nesse dia 21 anos de vida
"Quim-Zé" Correia era no momento uma das mais promissoras figuras do toureio a cavalo, no qual apostara forte o empresário Manuel dos Santos. Nesse mesmo ano de 1966, toureara em Lisboa em Maio na corrida de reaparição do matador espanhol Juan Garcia "Mondeño" e em Julho integrara o cartel da 4ª Corrida TV. Recebera a alternativa um ano antes, também no Campo Pequeno, a 18 de Abril de 1965 (Domingo de Páscoa), apadrinhado por D. José de Atahyde (falecido este ano).
A tragédia na tarde de 16 de Outubro de 1966 ocorreu quando o cavalo "Tirol" escorregou logo no início da lide (estava uma tarde de chuva e o piso apresentava-se escorregadio), caindo sobre o cavaleiro, que ainda sofreu a forte investida do toiro, ficando de imediato inconsciente na arena. Transportado ao Hospital de Santa Maria, já ali deu entrada em estado de morte cerebral, vindo o óbito a ser confirmado ao início da noite.
O seu funeral foi o primeiro cortejo fúnebre a passar na Ponte Salazar, que fora inaugurada nesse mesmo ano de 1966.
Embora natural da cidade de Évora, Joaquim José Antunes Correia residia há alguns anos na Cova da Piedade. Ainda no Alentejo, dera os primeiros passos e recebera os primeiros ensinamentos de Mestre Simão da Veiga e de António Anão, famoso equitador do Redondo.
Nos anos 60, o empresário Manuel dos Santos elegera-o para rivalizar com o toureiro da época, o saudoso José Mestre Batista.
"Quim-Zé" foi o segundo cavaleiro a morrer na arena do Campo Pequeno, depois de Fernando de Oliveira em 1904.
Fotos A. Martins/Arquivo
As cortesias na fatídica tarde O último ferro antes da colhida fatal (fotos de baixo)