Miguel Alvarenga - É preciso que se entenda: a alteração da classificação etária para os espectáculos tauromáquicos (de 12 para 16 anos), aprovada pelo Conselho de Ministros como moeda de troca para ter os votos do PAN no Orçamento (no meu tempo chamava-se a isso ceder a uma chantagem) não é uma proibição, mas antes uma recomendação.
Ou seja, as corridas de toiros são agora um espectáculo não aconselhável a menores de 16 anos - que não é o mesmo que dizer um espectáculo de acesso proibido a menores de 16 anos.
O espectáculo tauromáquico só é proibido (e não estou minimanente em desacordo com isso) a menores de 3 anos. Qualquer criança, a partir dos 3 anos, pode entrar numa praça de toiros - desde que acompanhada por um adulto.
Não deixa, contudo, de ser mais uma tentativa por parte deste (des)Governo, a reboque e refém do quase desaparecido PAN, de atentar contra o espectáculo tauromáquico e contra os direitos e os deveres das crianças.
Já o escrevi e ia caindo o Carmo e a Trindade, que não tenciono envolver o meu neto (que fez 3 anos na semana passada) neste mundo dos toiros, de que eu próprio estou de partida, apenas e só por considerar que a tauromaquia de hoje não tem uma ponta de sombra do que era a tauromaquia de antigamente. Mas isso não significa que, se quisesse, o não pudesse levar aos toiros.
Uma coisa seria proibir a entrada a menores de 16 anos nas praças de toiros, outra coisa é recomendar que menores de 16 anos não vão aos toiros. Há uma diferença abismal. E é preciso que a entendam e não entrem, como de costume, em paranóia.
Até o nosso Pombeiro, que parecia tão apoiante do primeiro-ministro (pelo menos assim o demonstrou na triste história do cartaz da Protoiro), acaba de escrever isto no Facebook:
"De mentira em mentira vive o PAN! De contas de merceeiro vive o nosso Primeiro-Ministro… não esperava uma tão curta visão deste homem. A sobrevivência política leva à subserviência das ditaduras. Tristeza em que o PS se transformou…".
Fotos D.R.