Miguel Alvarenga - Pela primeira vez em muitos anos (lembro-me de isto acontecer nos tempos de ouro de João Moura, depois nunca mais), o Campo Pequeno esgotou a sua lotação com cinco dias de antecedência. Neste momento, segundo sabemos, falta apenas despachar as reservas que foram feitas e ainda não estão levantadas, mas já não existem bilhetes à venda para a corrida de sexta-feira 6 de Setembro, a última das quatro desta temporada lisboeta.
Ninguém duvida de que, para este fantástico resultado, muito contribuiu o facto de esta ser a última corrida de Pablo Hermoso de Mendoza em Portugal - pese embora não ter esgotado a lotação de outras praças (mais pequenas) onde também se despediu.
Ninguém duvida da força e do carisma que tem, entre os aficionados portugueses, o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, que na sexta-feira vai celebrar o seu 80º aniversário, voltando-se a fardar muitos dos seus históricos elementos, entre os quais o antigo cabo José Luis Gomes, que será homenageado.
Ninguém duvida da culpa que Pablo Hermoso e o GFA de Lisboa tiveram nesta lotação esgotada com cinco dias de antecedência.
Mas há que reconhecer - e aplaudir - o trabalho, o esforço e o empenho do empresário Luis Miguel Pombeiro. Ele pegou nesta praça quando mais ninguém a quis, no ano da pandemia. Lutou, perdeu dinheiro, mas deu a cara, procurou dignificar e não permitir que morresse o carisma do Campo Pequeno.
Esta lotação esgotada - com cinco dias de antecedência - é também uma vitória dele. Doa a quem doer (e de certeza que incomoda alguns...), temos que o aplaudir, temos que o aclamar, temos que lhe dizer "Obrigado!" pelo que fez, desde a pandemia, para que o Campo Pequeno continuasse de pé - e a ser Sempre o Campo Pequeno!
Fotos M. Alvarenga