Caro Dr. José Manuel Ferreira Paulo:
Estupefacto. É como fiquei ao ler o que escreveu dirigindo-se directamente à minha pessoa. Não tendo sido nunca minha intenção contribuir para qualquer polémica ou ataque pessoal a si ou a quem quer que fosse começo por dizer que fiquei surpreendido com a resposta que me endereçou personalizadamente, na forma e no conteúdo.
Na forma, porque não consigo perceber sequer ao que reage e em que é que se sentiu atingido com as minhas palavras. Talvez alguém perceba o que escreveu. Eu não consigo perceber.
No conteúdo apenas para fazer algumas considerações:
A primeira para dizer que não compreendo ter recorrido às minhas funções políticas e ter questionado a minha ida ou não à AR para sabe-se lá o quê quando eu próprio deixei bem claro que escrevia apenas e só, repito, apenas e só, como aficionado.
Ainda assim quero clarificar-lhe, e quem me conhece sabe-o bem, que pese embora sendo novo em idade, não me sirvo da política para falar do que quer que seja, nem preciso dela para ser quem sempre fui ou chegar onde quer que seja.
Para quem na vida tem os meus princípios, as funções políticas não são uma mera carreira, mas antes uma oportunidade que a vida me deu e que vejo, não com vaidade pessoal, mas antes com profundo sentido de responsabilidade.
Assim mais acrescento, pagando o preço de me poderem chamar pretensioso, mas que repito, quem me conhece sabe que é a mais pura verdade, que não preciso nem dependo da política para viver. Pessoal, profissional e economicamente. Quando a minha carreira política acabar, e acabará como todas as demais um dia acabam, voltarei a ser quem era antes de nela entrar. Com a mesma naturalidade, desprendimento e humildade.
Termino dizendo ter ficado feliz por ficar a saber que somos colegas. Mas pese embora me tenha feito, tal como o Sôtôr, Dr., fi-lo apenas para minha satisfação pessoal e nunca para que pudesse utilizar isso como ferramenta de superioridade intelectual face a qualquer outra pessoa. Também por isso não percebo o porquê de ter sentido a necessidade de realçar que éramos colegas quando o assunto eram os “toiros”.
Lamento a sua resposta e deixo aos aficionados portugueses a minha palavra de honra que apenas tentei de alguma forma ser útil a uma arte tão nobre que é a arte do toureio.
Estamos sempre a aprender. A mim, não duvide, ensinou-me o Sôtôr mais qualquer coisa.
Talvez seja por episódios destes que sejam tão poucos aqueles que dão a cara pela festa dos toiros.
Um abraço, sincero e respeitoso
Rodrigo Alves Taxa
Foto D.R./Rodrigo Alves Taxa/Facebook
